terça-feira, 7 de novembro de 2017

Canção de Embalar


Neste momento
A minha canção de embalar
Não é o mar nem o vento

Nem as lendas do mar alto
Que os búzios nas orelhas
Me contam em segredo

Nem a cantiga de amigo
Que a minha avó cantava
Para marcar o ritmo
Ao meu berço de verde pinho

Neste momento sem mar nem vento
A minha canção de embalar
É o madrigal do rouxinol
Na cerejeira do quintal


Tarcísio Trindade

                                                                             




24 comentários:

  1. Fiquei curioso de como chegou até lá (Tarcísio Trindade). Era o dono da livraria/alfarrabista da rua do Alecrim, 44.
    Que hoje está na posse do filho, Bernardo Trindade, que reeditou a obra de poesia publicada pelo Pai.
    Tarcísio Trindade era um grande livreiro e foi ele que descobriu, em 1965, o primeiro incunábulo escrito em português (Tratado da Confissom, 1489), que passou a ser o segundo livro, em língua portuguesa, quando João Alves Dias achou o "Sumário das Graças" (1488), no ano de 1996.
    Vai longo o testamento... - desculpe.
    Boa noite!

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    1. Este poema tirei-o do livrinho de Tarcísio Trindade, a edição fac-símile, da edição original.
      Foi uma sobrinha minha que mo trouxe da livraria. Ela fez um trabalho, há uns anos, sobre Alfarrabistas, e entrevistou o dono da livraria que lhe deu o livro.

      Gosto muito dos poemas deste livrinho.

      Sei da história do incunábulo.
      Só aprendi esse termo, desde que ando aqui pela blogosfera, e acho que até foi com o APS (não tenho a certeza...)

      Já estive na livraria Campos Trindade, e trouxe alguns livros.

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    1. Tirei-as há poucos dias, da minha varanda. Não consegui apanhar os pássaros todos, porque eram tantos, tantos...Não sei que pássaros eram e deviam estar de passagem, pois já não os vejo lá.

      Boa noite, MR:)

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  3. Não falei do gosto que tive em ver as suas fotografias!
    Aqui fica, em reparação.
    Creio que os pássaros devem ser estorninhos.
    Boa noite!

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    1. Muito obrigada:)))

      Estive a ler na net sobre os estorninhos e diz que os estorninhos-malhados visitam a Península Ibérica no Inverno. Seriam talvez desses, a caminho de algum lugar onde permanecerão durante o Inverno. Não sei...mas eram pretos e muitos muitos. Vi-os voar todos certinhos, num espectáculo impressionante, pela perfeição. Como é possível tantos pássaros voarem assim sem se atrapalharem uns aos outros...espantoso!

      Boa noite e agradecida pelas informações bem interessantes. Estou sempre a aprender!

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  4. Os estorninhos fazem nuvens maravilhosas no céu, e também sobre o Tejo, com mais intensidade, sobretudo a partir de Outubro. Com mudanças de direcção prodigiosas, sempre muito certinhos. Gosto muito de vê-los a voar. E temos que ter em conta alguma inteligência animal,porque ela existe, realmente.
    Mais uma vez, uma boa noite!

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    1. É verdade, tive oportunidade de ver isso e achei espantoso, mais pela quantidade de aves, que sendo tantas, conseguem essa perfeição no voo.Fantástico!

      Boa noite, também:)

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  5. Um interessante instantâneo! E já foram para outras paragens...
    A Sertã, Castelo Branco e todos os arredores (que lindos que são), ficaram na memória - quando ia para Monfortinho, visitávamos todas as terras! Se um dia for a Castelo Branco, direi, com toda a certeza! Abraços

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    1. Olá, que bom vê-la por aqui!

      A minha zona tem umas aldeias muito bonitas. E Castelo Branco também é uma cidade muito simpática.
      Então, quando vier para estas bandas, diga!

      Beijinhos:)

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    1. E são mesmo! Eu acho que eram centenas! Mas foi bonito vê-los voar!

      Boa noite:)

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  7. É uma sorte ter no quintal uma cerejeira.

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    1. É uma sorte ter um quintal!

      Na casa dos meus pais havia um quintal com uma nespereira, que foi crescendo com os meus sobrinhos e um pessegueiro e três videiras (uma latada) que cresceram comigo e com os meus irmãos.

      É mesmo uma sorte ter um quintal.Aquele quintal foi palco de tantas brincadeiras felizes!

      Bom sábado:)

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  8. Gostei imenso de descobrir este poema... que desconhecia, bem como o autor, confesso!
    Adorei as fotos! Um momento invulgar, muitíssimo bem apanhado, Isabel!
    Beijinho! Bom fim de semana!
    Ana

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    1. Conheço o autor há poucos anos, através de um livro que me deu uma sobrinha minha. Gosto imenso dele.

      Muito obrigada. Se tivesse uma máquina melhor, tinha tirado boas fotos, mas assim ficaram pelo simples.

      Beijinhos:)))

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  9. Gostei do poema, Isabel, que é uma pista a explorar. Desconhecia o autor.
    Quanto às fotografias, bem sei dos estorninhos, trouxeram-me à memória indelével do espectáculo dantesco dos incêndios de 15 e 16 de outubro último. A destruição de 7séculos de património e História do Pinhal do Rei, pelo céu carregado que nelas figura. Escrevinho, agora, a imagem que vi:

    O verde pinho foi-se
    abruptamente violado
    na pele no tronco no íntimo

    Sacrificado sobre a ara
    o desespero fez-se
    carvão e cinza

    E a liberdade de pássaros
    nós em harmonia foi-se
    num riscar de fósforo

    Como hão-de cegos voar?

    Bj.

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    1. É terrível o que aconteceu. Tanto património destruído, tanta vida destruída. Cada vez que falo nisso revolta-me, pois muita coisa podia ser evitada. Os nossos governantes e afins, só pensam no bem deles!

      Obrigada pelo poema, que é tão verdadeiro!

      Um beijo. Continuação de boa semana:))

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  10. Olá Isabel!
    Semelham estorninhos...Cá ficam e é um espectáculo ver como param no telhado e o cobrem todo. Quando saem todos juntos fazem um ruido...mas é incrível...São milheiros, mas de quando em vez sim que se atrapalham e cae um que outro, mesmo pelejam.
    Muito lindas as fotografias e o poema com esse pisca ( Não sei se será a tradução acertada a guiño) ás " Flores do verde pino " do que também gosto muito e tenho de explicar na próxima semana.
    Boa noite e abraço
    Luisa

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    1. Olá Luísa, que bom vê-la aqui.
      Obrigada. Adorei ver os pássaros em voo.

      Não percebi bem a segunda parte do comentário...

      Beijinhos, Luísa e continuação de boa semana:)

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  11. Desculpas...Não soube falar da cantiga " Ai flores , ai flores do verde pino"
    Bom fim-de-semana!
    Luisa

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    1. Eu vi que tinha a ver com a canção, mas não tinha visto o porquê, mas já vi...

      Beijinhos e uma boa semana:)

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  12. E o canto dos pássaros é maravilhoso, tal como o poema e as fotos da Isabel...belíssimas. Também gosto de tirar fotos a pássaros! A última, mais perto, está fabulosa!
    bejinho

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