sábado, 23 de março de 2013

Lamento


("If I Shouldn't be alive")

Se eu já não for viva
Quando os piscos voltem,
Hás-de dar comida
A uma gravata ruiva
Em minha memória.

Se eu não te agradecer,
Por meu sono infinito,
Pois fica a saber
Que o tentarão fazer
Meus lábios de granito.


Emily Dickinson, pág.62
oiro de vário tempo e lugar
Versões por
A. Herculano de Carvalho
Edições ASA

(Uma colectânea que veio da Lumière)


 
Portrait of Elizabeth Siddal
Dante Gabriel Rossetti
                                                                               

13 comentários:

  1. Respostas
    1. Muito obrigada, João.
      Desejo-lhe o mesmo (apesar de por cá continuarmos com a chuva!)

      Um beijo

      Eliminar
  2. Não conhecia este poema e achei-o uma beleza... mas "a gravata ruiva" não consegui entender o sentido!.. a que se referiria o poeta? O Portrait foi muito bem escolhido para ilustrar este estado d'alma.
    Um beijinho e bom fim de semana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pergunta bem, Maria Eduardo, mas não sei se lhe sei responder...no meu entender refere-se a um pássaro, imagino que deve ser um pássaro. Porque diz que "quando os piscos voltem, hás-de dar comida a uma gravata ruiva, em minha memória"
      A mim foi o que me pareceu. Talvez porque ela gostava de pássaros.
      (piscos são pássaros)

      Obrigada por gostar, Maria Eduardo
      Um beijinho

      Eliminar
  3. Lindo poema sem dúvida! Gosto muito dela! A imagem é muito bonita também!
    A primeira estrofe é linda! deve ser um pássaro...
    Esta mulher do quadro, Elisabeth Siddal, pintora, era mulher do pintor Dante Rossetti. Pertencem ao grupo dos pintores ingleses "Pré-rafaelitas"...
    Boa noite, minha amiga!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu sei que gosta da Emily Dickinson, eu acho a poesia dela um pouco difícil, mas este poema acho-o bonito e parece-me que o entendi.

      Não sabia que E.Siddal era a mulher do pintor. Apenas li qualquer coisa sobre ela, que dizia que tinha sido modelo de vários pintores, era muito requesitada, pela sua beleza. Há várias pinturas conhecidas, que a têm como modelo.
      Estou aprendendo!
      Um bom domingo, querida Maria João.

      Eliminar
    2. requisitada e não requesitada!

      Eliminar
  4. É isso mesmo Isabel. Fui ao Google pesquisar e o pisco tem mesmo uma gravata ruiva (o peito é ruivo)!
    Beijinho e acertou!
    Bom fim-de-semana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Então já não há dúvidas! Piscos, sabia que são pássaros e fala-se muitas vezes em relação aos pássaros que têm "gravata" desta ou daquela cor, por isso fiz a dedução.
      Obrigada.

      Bom domingo para si também, Maria Eduardo.

      Eliminar
  5. Não posso deixar passar por alto este post tão cheio de formosura.
    Desejo-te umas óptimas férias, bem merecidas.
    Beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada Maria.
      Por acaso preciso de uns dias de descanso. De qualquer forma há ainda trabalho para fazer em casa, mas sempre se descansa um pouco.
      Um beijinho grande

      Eliminar
  6. Também se chama "pintarroxo" ou pisco do peito ruivo (é uma das variedades dos tais piscos). O poema em inglês é muito bonito, mas esta tradução gostei dela!
    beijos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ainda bem que gostou, Maria João.
      Eu sei que gosta da Emily Dickinson!
      Já ouvi "pintarroxo", mas não sei bem qual é.
      Hei-de ver se encontro na Net.

      Um beijinho grande

      Eliminar