terça-feira, 30 de junho de 2015

Gente estranha


"Somos a soma de todas as pessoas que já conhecemos.
Mudamos de tribo e a tribo muda-nos."

É a última frase (acho que é mesmo a última) de um filme que vi (e que não é nada de especial), chamado Gente Estranha.

Fiquei a pensar na frase e por isso a escrevi.
Há uma grande parte de verdade, nela...

                                ...mas somos muito mais que isso...

                                                                    
 
 

domingo, 28 de junho de 2015

Cinema em casa


Com o calor que se fez sentir, 40º ( gosto do calor, mas não era preciso tanto...) só se pode ficar em casa a curtir o sossego e um pouco mais de fresquinho...

Escolhi um filme, entre os muitos que por aqui vão ficando à espera de vez . Não sei onde o comprei, mas deve ser um daqueles que compro nos quiosques, quando o título ou o pequeno resumo, me agrada.

Ainda bem que o comprei e que chegou a vez de o ver, porque valeu a pena.

                                                                           

                                                                                  

É a história de "Walter Vale, um viúvo e solitário professor sem objectivos nem gosto pela sua vida.
Quando Walter é obrigado a regressar a Nova Iorque para participar numa conferência, encontra o seu apartamento de Manhattan ocupado por um jovem casal de imigrantes ilegais. Depois de esclarecida a intromissão, Vale convida o casal - um jovem músico sírio chamado Tarek e a sua namorada senegalesa - a ficarem com ele no apartamento.
Uma amizade inesperada e profunda desenvolve-se entre o pacato Professor Vale e o vibrante Tarek, mas os bons momentos depressa são perturbados pela injusta prisão de Tarek  e a sua possível deportação. Determinado a ajudar, Walter inicia uma verdadeira cruzada pela libertação do seu novo amigo, redescobrindo uma paixão que pensava perdida há muito tempo."

Uma história  sobre imigrantes ilegais, que muitas vezes, mesmo com vidas já organizadas, vivem o medo permanente de serem descobertos. Uma detenção de um imigrante ilegal, afecta a vida de muita gente de forma irreversível.

Uma história sobre a amizade e o amor, porque "A vida é feita de ligações."

Uma história que infelizmente não acaba bem, onde cada um segue o seu caminho.
E a vida é assim, nem sempre corre como desejaríamos, mas continua.

                                                                          
 
 
 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Bom fim-de-semana :)


...com música:)
 
                                                                               
                                                                            

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Música :)


Yuupi!!   :)

Tenho uma aparelhagem nova!  :)

                                                                         
 
 
E o primeiro CD que ouvi foi de Francis Lemarque.
 

sábado, 20 de junho de 2015

Regresso ao passado :)


Comecei a ler há dias a história de Jean Christophe. São dez pequenos volumes da eterna Colecção Miniatura, cujas capas são sempre um encanto.
Já há tempos que queria ler este romance.

Vou no terceiro volume e estou a gostar muito.

De certa forma estes livrinhos levaram-me até ao tempo despreocupado da adolescência, em que, no fim da Primavera e durante o Verão, passava  tardes tranquilas, sentada, no quintal de casa, protegida pela sombra da latada, a ler, embrenhada nos romances que me levavam para dentro dos livros e me faziam perder a noção do tempo.

Não sei se é a história, se os livrinhos antigos, se as tardes calmas aqui da zona...mas voltei aos meus 16/17 anos...

Que bom passar uma tarde inteira a ler, sem remorsos pelas pilhas de trabalhos para corrigir, fichas para elaborar, aulas para planificar, mapas para fazer, relatórios aborrecidos para escrever...

Viva uma tarde de lazer!!

                                                                            

 
O 3º volume, que estou a ler
 

Obrigada Maria João (Falcão de Jade) que me falou da história e à Cláudia que me arranjou os livros na Livraria Lumière.

Não há livro que se procure, que a Lumière  não arranje!  :)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Livros e Escritores


"...E durante muito tempo tive pelos escritores - eu não me considerava um deles - grande respeito e admiração. Tinha-os por seres superiores, refinados, gente que funcionava em alturas e ambientes que me atordoavam. Só desci à terra quando comecei a privar com eles e dei conta que eram de carne e osso. E como todos os humanos, as mais das vezes de má carne e fraco osso.
De modo que carreira literária não tive nem tenho. Vou escrevendo como o faço desde o princípio, sem plano nem estratégia, pelo gosto que me dá, ora a ver se consigo um romance, ou se é hora de me deitar a um conto, uma crónica. Tão simples como isso."...

Pág. 14 da Revista da Bertrand Somos Livros
Excerto retirado da entrevista a J. Rentes de Carvalho

                                                                                
 
 
Somos Livros, a revista, de distribuição gratuita, da Bertrand.
Nº10 / Verão 2015

                                                                         

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Cápsula do tempo, literária


Retirado de Somos Livros Nº10 Verão 2015
A revista da Bertrand

                                                                              
 
 
...e a mim o que me chateia é que não vou poder cá estar quando os livros forem editados...
 
 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Marcadores - LXX


                                                                                   

domingo, 14 de junho de 2015

Voltou a chuva :)

E está fresquito por aqui...
Quem agradece, são as plantas...

Fica-se por casa...

                                                                          





 
 
                                                                      

Canção de Leonoreta

Borboleta, borboleta,
flor do ar,
onde vais, que me não levas?
Onde vais tu, Leonoreta?

Vou ao rio, e tenho pressa,
não te ponhas no caminho.
Vou ver o jacarandá.
que já deve estar florido.

Leonoreta, Leonoreta,
que me não levas contigo.


Eugénio de Andrade
Primeiro Livro de Poesia, pág.25
Selecção de Sophia de Mello Breyner Andresen
Caminho


                                                                             
 
Ilustração de Júlio Resende
 

sábado, 13 de junho de 2015

sexta-feira, 12 de junho de 2015

"Pára-me de repente o pensamento"


Pára-me de Repente o Pensamento

Pára-me de repente o pensamento
Como que de repente refreado
Na doida correria em que levado
Ia em busca da paz, do esquecimento...

Pára surpreso, escrutador, atento,
Como pára um cavalo alucinado
Ante um abismo súbito rasgado...
Pára e fica e demora-se um momento.

Pára e fica na doida correria...
Pára à beira do abismo e se demora
E mergulha na noite escura e fria

Um olhar de aço que essa noite explora...
Mas a espora da dor seu flanco estria
E ele galga e prossegue sob a espora.

Ângelo de Lima, in 'Antologia Poética'  
 
Retirado do Citador
 

 ********


Um documentário de Jorge Pelicano.
Fui ver sem saber bem o que ia ver.
Valeu a pena.

                                                                           
 
                                            
            
"Pára-me de repente o pensamento/Como que de repente refreado/Na doida correria em que levado/Ia em busca da paz, do esquecimento..." Assim começa o poema publicado em 1915 na revista "Orpheu", da autoria de Ângelo de Lima. Em 1894, o poeta e pintor foi internado no Centro Hospitalar Conde de Ferreira (Porto) com o diagnóstico de "delírio de perseguição". Para reencontrar a personagem para a sua peça de teatro, o actor Miguel Borges decide passar três semanas com os actuais pacientes do hospital. Durante esse tempo, partilha com eles as conversas, as refeições, as terapias, o café e os cigarros. O documentarista Jorge Pelicano ("Ainda Há Pastores" e "Pare, Escute, Olhe") pega na câmara e segue os seus passos, filmando 250 horas desse convívio e aprendizagem. A montagem final resultou num tratado de uma hora e meia sobre a loucura e a lucidez. PÚBLICO "
 
             

Cinema em Junho


Com um bocadinho de atraso...

                                                                                

 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Serenidade

«Branda Companheira»

Branda companheira: serenidade,
leda ventura a ser no pensamento
feliz e ao mesmo tempo o adoçar
compassado: nem fugidio ou lento

da placidez. Outro bem fulgirá
maior e mais belo que aquele ameno
e sem sobressaltos encaminhar
para selar fortuna há tanto tempo

esperada? Ainda que alguns presságios
nos atropelem todos os sentidos,
uma nesga de azul p'lo ar avança

e mais alargando, em profundidade,
a sua cor pertinente, incisiva.
E em nosso peito que ternura anda?

António Salvado,
No Interior da Página
seguido de
Prosas Avulsas do Interregno, pág.16


                                                                          
 
Myra Landau
 
 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Boa semana:)


Para começar a semana com música: Lila Downs e Jesús Navarro - Tu Carcel

                                                                              

domingo, 7 de junho de 2015

Partir


Mar e Céu
 
 
Myra Landau
 
 
O Vento Na Ilha
 
O vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.
 
Quer levar-me: escuta
como atravessa o mundo
para me levar até longe.
 
Esconde-me nos teus braços
só esta noite,
enquanto a chuva abre
contra o mar e a terra
a sua boca inumerável.
 
Escuta como o vento
chama por mim a galope
para me levar até longe.
 
A tua testa na minha testa,
a tua boca na minha boca,
os nossos corpos presos
ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem me conseguir levar.
 
Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me procure
a galope na sombra,
enquanto eu, submerso
sob os teus grandes olhos,
só por esta noite
descansarei, meu amor.
 
Pablo Neruda
 
 

sábado, 6 de junho de 2015

Livros, estantes & companhia


                                                                              
 
Últimas aquisições...
Quem tem uma estante que já não quer?... :)
 
 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Já não se fazem ladrões como antigamente...


...principalmente porque muitos têm muito mais (milhões) do que aqueles a quem roubam :(


O Ladrão
                                           
                                                                        
"O Bloco passava lá fora, "experimentando" o carnaval. Minha amiga foi atender o telefone, e ao voltar viu que sumira o relógio de pulso, deixado sôbre a mesinha de cabeceira. Abriu a gaveta e examinou a caixa de jóias: vazia. Nada de preço, mas de estimação: colar de pérolas cultivadas, anéis, broches, essas coisas. Cada peça lhe viera de uma pessoa querida, e era como se os ofertantes vivessem ali, disfarçados e condensados pelo ourives. Minha amiga ficou aborrecida. Não que participasse do horror capitalista a ladrões. Sem capital, achava exagerado êsse sentimento. Nas vêzes em que discutira o problema, opinara quase favoàvelmente aos gatunos. Coitados, não tiveram boa formação familial: a miséria é grande e espalhada, o corpo social se caracteriza pelo egoismo. Erraram, apenas. E depois, tanto ladrão gordo por aí, recebido em sociedade, incólume, benemérito!
     Por isso mesmo, sentia-se chocada com o acontecimento. Por que lhe faziam uma dessas? Pedissem qualquer coisa razoável, daria. Se não tinham coragem de pedir, se eram pobres envergonhados, que diabo, levassem objetos caseiros, sem história. É certo que ladrão não pode saber se um objeto está carregado de afetividade, e que dinheiro nenhum o compra.
     Foi ao andar de cima conferenciar com o vizinho. Êle nada percebera, mas armou-se de pistola e resolveu caçar o ladrão, que pelo visto descera do morro próximo. Sempre desconfiamos do morro, como se êsse acidente geográfico retivesse propriedades maléficas, extensíveis aos indíviduos que o habitam. Mas enfrentar o morro, àquela hora da noite, seria temeridade. Já ao transpor a porta da rua, o vizinho decidiu ficar por ali mesmo, pistola em punho, vistoriando os suspeitos que passassem, e não passaram.
     Na noite seguinte, passou foi a patrulha de Cosme e Damião, que, inteirada do fato, pensou logo em Curió.
     - Curió hoje de tarde estava querendo vender uns troços de ouro, umas correntinhas.
     - Então me tragam o Curió que eu quero conversar com êle. Mas por favor, não o maltratem, hein - pediu minha amiga.
     Curió apareceu pela manhã encalistrado, com os policiais. Pequeno, modesto, simpático. O vizinho correu para apanhar a arma. "Não faça isso - ordenou-lhe minha amiga. Vamos conversar sentados no chão, que é melhor." Cosme e Damião preferiram ficar de pé, Curió não se fêz de rogado, e o vizinho adotou o figurino.
     - Curió, foi você quem levou minhas jóias de estimação?
     De cabeça baixa, Curió admitiu que sim. Passara por ali, à hora em que o bloco descia, viu luz acesa, nenhum movimento, janela baixa, e tal, ficou tentado. Conhecia de vista a moradora, até simpatizava com ela. Mas praquê deixar tudo aberto, exposto, provocando a gente?
     Lealmente, ela aceitou a censura, reconhecendo que não cuidara.
     - Você fuma, Curió?
     - Aceito, madame.
     Cigarro ajuda a resolver. Cheio de boa vontade, Curió não podia restituir tudo. Parte dos objetos fôra vendida, os brincos ele dera a uma senhorita. O colar, o relógio e dois broches, sim, devolveria se madame não fizesse galho.
     - Estão aí com você?
     - Não, madame, mas pode fiar do meu compromisso.
     O vizinho ia exclamar: "Essa, não", porém minha amiga pediu-lhe que se abstivesse de comentários. Continuaram negociando amigàvelmente. Aquela fôra a primeira vez, Curió vive de biscates, vida apertada, madame compreende. No outro dia voltou com as jóias, menos as vendidas, e prometeu tomar os brincos à namorada. Minha amiga achou que não valia a pena magoar a môça, e louvou o desprendimento de Curió. E agora sua casa tem, numa só pessoa, encerador, bombeiro e cão de guarda, procurados há muito. O vizinho é que, indignado, e dizendo-se sem garantias, pensa em mudar-se."
                               
1958

Carlos Drummond de Andrade, A Bôlsa & A Vida, pág.126 a 129.

                                                                                    
 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Uma história para o dia da criança :)


As aventuras de Pinóquio, a história de Carlo Collodi, com belíssimas ilustrações de Roberto Innocenti.
Da Kalandraka :)