quarta-feira, 29 de junho de 2016

Na LER Verão 2016

"A expressão tem dois sentidos: o da exaltação de todas as coisas que existem no mundo e o da comoção suscitada pela beleza do mundo natural. O meu pai [fotojornalista] costumava colecionar guias sobre tudo e mais alguma coisa: de aviões a pedras ou lagartas. Ele amava o facto de o mundo estar cheio de diferentes tipos de vida, de coisas, de movimentos. Uma das mensagens deste livro é a de que, para entendermos o que é humano, precisamos de interagir com aquilo que não o é. Os animais ensinam-nos muitíssimo sobre o que é ser-se uma pessoa.
[...]
A minha maior conquista foi aceitar a morte do meu pai e a impossibilidade de o ter de volta, e também aceitar que Mabel não podia continuar comigo. O livro acaba com a aceitação de que tudo muda. Não é uma questão de ultrapassar o luto: há que incorporar a perda. De cada vez que perdemos alguém, tornamo-nos uma pessoa diferente."

Excertos da entrevista a Helen Macdonald, na LER nº142/Verão 2016  (acabadinha de sair)
pág.54 e 56.
A propósito do seu livro A de Açor publicado pela Lua de Papel, onde a autora fala da forma como se isolou do mundo, após perder o pai e como, durante esse isolamento, treinou um açor - Mabel.

                                                                             
 
 
Não é açor, mas é da família :)

 
                                                                               

20 comentários:

  1. Quando li em incorporar a perda de um Pai ou de uma Mãe, fico sem saber o que dizer.
    Mais doloroso e ainda mais eterna será a perda de um filho, digo eu.

    Um beijo muito amigo.

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    1. Concordo consigo. Perder um filho deve ser uma dor inigualável.

      Um beijinho e espero que já esteja totalmente recuperado!

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  2. É uma revista que também gosto de ler mas pouco compro que não existe para os meus lados. Tenho de investigar se a biblioteca a assina.
    Verdade, nada é o mesmo duas vezes. Tudo muda. Não conseguimos para a vida e nem talvez fosse do nosso interesse. Mas dentro de toda a mudança, não havendo alguma coisa que nos fixe, é complicado viver.

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    1. Se calhar mora em alguma terra pequena...mas se a Bea quiser recebê-la pode assinar e recebe-a pelo correio. É prático e fica um pouco mais barata. Mas possivelmente a biblioteca até a assina. É uma revista que às vezes leio de uma ponta à outra, outras mal lhe toco!

      É verdade, a morte de uma pessoa próxima muda-nos inevitavelmente. Passa a haver um "lugar" sempre vazio. Um lugar físico e um lugar no coração. Nada volta a ser como era.

      Boa noite:)

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    2. A morte não vaga os lugares do coração. O afecto é contra a morte. Não é bem assim:o que quero dizer é que a morte não neutraliza o afecto, ele mantém-se sob forma diversa. Deixa de haver expressão onde se resolva, não há corpo em que assente, o objecto do amor deixou de ser, mas não é por isso que o sentimento morre de todo. Transformamo-lo sem o matar, até por necessidade própria. Temos essa faculdade transformadora e vital.

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    3. Concordo completamente, em relação ao afecto. De certa forma, para mim, de quem me morreu, é como se apenas esteja muito longe, mas está lá e um dia voltaremos a estar juntos.
      Mas que fica um vazio, fica! Alguma coisa de nós, parte com essa pessoa.

      Gosto sempre muito de "conversar" consigo, Bea:)

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  3. Muito interessante como fez a apresentação do livro
    e da nova revista Ler.
    O tema do livro agrada-me.
    Beijinho, Isabel.
    ~~~~~~~~~~~~~

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    1. Muito obrigada, Majo:)
      Também fiquei interessada em ler o livro e já o tenho na minha lista de compras.

      Um beijinho:)

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  4. Isabel,
    Gostei do trecho que escolheste. Não li este livro. A perda do pai é difícil, isso sei.
    Gostei das fotos. São mochos?
    Beijinho.:))

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    1. Obrigada, Ana:)
      Também não li o livro, mas fiquei interessada.
      Apontei o nome.

      Não tenho a certeza, por isso não coloquei, mas acho que é um Bufo Real, a maior espécie de coruja. Fotografei-a na Falcoaria de Alter. Tirei várias fotos, mas no momento do click, ela voltava a cabeça...era mesmo bonita. Lá consegui estas duas fotos e uma cortei-a um pouco.

      Um beijinho e continuação de boa semana:)

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  5. Já vi este livro, mas não me suscitou interesse, para além da capa que está muito bem conseguida. Hei de folheá-lo.
    Bom dia!

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    1. "Se bem me lembro" nunca o vi, mas fiquei com vontade de ler, porque gostei do que a autora diz na entrevista.

      Boa tarde, MR:)

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  6. Sem dúvida!... Digo eu... que me comecei a habituar a perdas, desde bem cedo...
    Fiquei curiosa sobre o livro... talvez o descubra no Verão...
    As imagens ficaram uma maravilha... pena a segunda ter ficado ligeiramente turva... mas o bichito mexeu-se... nada a fazer... nunca tinha visto nenhum tão perto... e a plumagem, é linda... e os olhos... espectaculo!!!!!
    Beijinhos! Bom fim de semana!
    Ana

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    1. O Bichinho é muito bonito, mas irrequieto! Paradinho, paradinho...eu apontava a máquina e...virava-se de repente. Foi isto uma série de vezes, até que lá fiz estas duas. É lindo e apesar de gostar de os ver e de saber que são bem tratados, faz-me sempre pena ver animais selvagens presos. Deviam andar a voar livres e soltos.

      Um beijinho e continuação de bom domingo:)

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  7. É isso, aceitar que tudo vai mudando,a começar por nós. O instinto de sobrevivência é brutal, só assim se compreende que tudo volte à normalidade depois de certas despedidas...
    Quando tens as "férias grandes"? Beijinho

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    1. Tens razão Maria. A vida continua, sempre.

      Este mês já trabalho a meio tempo, as férias só as começo no finalzinho de Julho.

      Um beijinho e bom domingo :)

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  8. Também comprei, num dia em que tive de ir ao Porto e passei numa Bertrand (aqui não chega), e também li a entrevista. Este número da revista tem artigos e entrevistas que vale a pena ler. :)

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    1. Por acaso, esta li quase duma ponta à outra. Tenho mais tempo e também me interessou. Às vezes deixo andar por aqui a revista e acabo por guardá-la sem quase a ler.

      Quase de férias não é Luísa? Sabem bem!

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  9. Estou ansiosa pelas férias. Ainda não consegui respirar. Boa semana, Isabel. :) Beijinhos

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    1. Eu tenho tido uns dias mais calmos, com algum trabalho, mas nada de especial. Mas estava também a precisar.

      Que cheguem depressa! :)

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