quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Luís de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?


Luís de Camões, Poemas de Amor , Colectânea de vários autores, pág.25
Alma Azul




Atala no Sepulcro, Anne-Louis Girodet de Roussy-Trioson
Museu do Louvre

                                                                                            

6 comentários:

  1. Camões deve ter tido uma daquelas paixões, enormes, francas e fortes. Talvez tenha sido um bom amante também. Independente de qualquer coisa esse poema é magistral.

    5 bjs

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  2. É verdade.
    É uma maravilha este poema.
    De tão conhecido vai ficando de parte, por isso me apetedeu colocá-lo aqui.
    5 beijinhos grandes e obrigada pela vossa presença amiga.

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  3. É um clásico da melhor poesia de Camões e da grande loucura que é amar com paixão, nunca cairá no esquecimento. Há coisas que nunca morren.
    Beijinhos

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  4. Boa noite Maria
    este é um poema eterno e que todos conhecem, porque ninguém lhe fica indiferente.
    É o amor!

    Um beijinho grande

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  5. Enquanto respondia ao comentário da Maria, deixaste o teu Ana. Parece que combinámos: Eterno!É mesmo a palavra certa.
    Um beijinho

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