quinta-feira, 13 de outubro de 2011

W. H. Auden - Blues Para Um Funeral

Blues Para Um Funeral

Parem os relógios, desliguem os telefones,
Não deixem o cão ladrar ao ver os ossos.
Mantenham os pianos fechados e batam em tambores,
Tragam o caixão, e a segui-lo o cortejo fúnebre.

Que o avião circule sobre nós em sinal de luto
escrevendo com fumo no céu: Ele morreu,
Enfeitem com laços as pombas da cidade,
E aos polícias de trânsito ponham luvas pretas de algodão.

Ele era o meu Norte, o meu Sul, o meu Este e Oeste,
A minha semana de trabalho, a folga de domingo,
O meu dia e noite, a minha conversa e a minha canção.
Pensei que o amor era eterno: enganei-me.

As estrelas não são precisas: apaguem-nas todas,
Embrulhem a lua e escondam o sol,
Esvaziem o oceano e varram a floresta,
Porque o que resta não vale a pena.


W. H. Auden, Poemas de Amor, vários autores, pág.59
Alma Azul



Meditação, Domenico Fetti

                                             
                                                                              

6 comentários:

  1. Tudo perfeito, do poema que tive o prazer de ler pela primeira vez a tela que não conhecia.

    ainda continuamos te achando bela...e ponto.

    5 bjs

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  2. Muito obrigada amigas.
    Que bela maneira de começar o dia!
    E que bom que gostaram do poema e da tela.
    5 beijinhos

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  3. Sublinho o comentário das 5 amigas. O post é muito bonito. Conheço o poeta mas não conhecia o poema.
    Beijinhos e que nasçam as estrelas! :)

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  4. Obrigada Ana
    E que nasçam as estrelas pois, ainda que o poema diga o contrário...
    Beijinhos

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  5. ainda que eu não goste de títulos para poemas, o desse amei.
    Lindo poema, ainda que fúnebre.
    Lindo o quadro, ainda que intrigante.

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  6. Olá Mônica
    Engraçado, eu gosto de títulos. Quando não têm, para mim, falta-lhes qualquer coisa.
    Acho este poema muito bonito.
    Um abraço

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