A primeira, Onde Mora a Diferença - Pintura Alemã antes e depois da queda do muro; a segunda, China de Mauro Cerqueira.
É sobre a primeira que coloco aqui hoje um post.
Já estive duas vezes na exposição, e ainda hei-de voltar.
Da primeira vez, logo no dia a seguir à inauguração (que foi dia 25 de Novembro) tive a sorte de acompanhar um grupo que fazia uma visita guiada, com a comissária da exposição, Vanda Guerreiro. Foi uma visita enriquecida pelos comentários e pelo saber de quem conhece.
Anselm Kiefer, "Unknown solder",1974
Óleo sobre tela
(retirado do catálogo da exposição)
"A construção do Muro de Berlim comemora 50 anos em 2011. Trata-se de um símbolo da divisão das duas Alemanhas (de Leste e Ocidental) que marcou profundamente as gerações que viveram todo o período que medeia a II Guerra Mundial e o seu desmantelamento em 1989. (...)e reflecte os traumas desta realidade, que conferiram à arte um modelo próprio, localizável e diferente do que acontecia no resto da Europa e da América, como uma resposta surda ao regime ditatorial vigente no Leste. Permite-nos ainda ver como factores sociais, políticos e culturais podem influenciar tão profundamente a arte, seja nas temáticas recorrentes ou nas gramáticas utilizadas.
Markus Lupertz
"Alice in Wunderland",1980/81
Óleo sobre tela
(retirado do catálogo da exposição)
A História recente da pintura alemã tem um primeiro momento enquadrado pelos 30 anos do Muro de Berlim, marcado e caracterizado por uma pintura matérica, escura e pouco linear, onde pigmentos grosseiramente trabalhados transmitem sentimentos de desalento, pobreza, censura e contrariedade. O recurso à abstracção funcionou como esconderijo, principalmente no Leste, de expurga dos seus sentimentos. Este período de 60 a 80 ficou denominado por Expressionismo Abstracto.
Helmut Middendorf
"Gefuhl und Harte",1984
Acrílico sobre tela
(retirado do catálogo da exposição)
Após a queda do Muro desenvolveu-se a pintura figurativa, iconográfica, com uma paleta de cores alegres e o retrato de mundos idílicos, onde homens e natureza vivem em harmonia. Há lugar ao sonho com novos artistas que não vivenciaram a II Grande Guerra nem a separação das alemanhas.
Matthias Weischer
"O.T.",2001
Óleo sobre tela
(retirado do catálogo da exposição)
Da década de 90 aos nossos dias a arte Alemã perdeu o seu modelo próprio, integrou-se nas restantes correntes mundiais: uma arte total onde a universalidade dos meios, temas, recursos e gramáticas, estão acessíveis a todos os seus operadores. Pena é que se repitam os modelos e o paradigma.
Oehlen
"Ventilator",2001
Laca sobre tela
(retirado do catálogo da exposição)
Artistas que participam na exposição: A.P. Penck; Anselm kiefer; Daniel Richter; Eberhard Havekost; Jorg Immendorff; Markus Lupertz; Martin Eder; Frank Nitsche; Gunther Forg; Helmut Middendorf; Matthias Weischer; Thomas Scheibitz; Thoralf Knobloch; Dirk Skreber; Torben Giehler; Rainer Fetting; Peter Zimmermann; Norbert Bisky e Markus Oehlen."
Texto retirado da Agenda Cultural da Câmara Municipal
Um post didático.
ResponderEliminarPor isso, muito obrigado pelos pontos abordados.
Um beijo.
Acabo por achar a arte alemã, as pinturas em madeira, pano e as rendas, ainda o seu maior tesouro, talvez reviva , essa arte de dentro do artista, vem no sangue e pode se expandir a qualquer momento.
ResponderEliminarbjs meus e boa exposição
Obrigada eu, João, por ter gostado e pela sua visita.
ResponderEliminarUm bom feriado.
Um beijo
Essa arte de que fala, será mais ligada ao artesanato, é?
ResponderEliminarGostei desta exposição e como tive oportunidade de ouvir comentários e explicações de pessoas que conhecem (calhou estarmos ali ao mesmo tempo, porque não as conhecia), foi ainda mais interessante.
5 beijinhos
Isabel, pude ver uns quadros artesanais lá por 1989 numa exposição em Milão, eram telas artesanais da Alemanha, acho que são mais que artesanato como hoje o vemos. Gostei muito e tento seguir sempre que posso.
ResponderEliminaracho que são belíssimos, entretanto a natureza morte e as figuras alemãs são de tirar o chapeu.
um bjs grande
Esses quadros artesanais posso vê-los em algum sítio na net? Gostava de ver. Não faço ideia se já vi alguma vez, mas assim de repente penso que não.
ResponderEliminar5 beijinhos e obrigada pelo diálogo.