Não aprendo a lição.
A vida bem me ensina
Mas a minha atenção
Perde-se em cada esquina
Do caminho.
Adivinho
O que sei.
E nunca sei senão que me enganei
E que vou mais sozinho.
Por isso canto a dar sinal de mim
E a exorcizar o medo.
Este medo
Em segredo
que me atormenta.
Medo animal,
Primordial,
Carnal,
Que quanto mais avanço mais aumenta.
Miguel Torga, Poesia Completa II, pág.839
Círculo de leitores
Imagem retirada da Net
Nada com que tu tenhas a ver, felizmente.
ResponderEliminarMas este é o fado dos portugueses e, agora, mais do que nunca em toda a sua História.
Um beijo e parabéns pela dupla postagem.
Muito obrigada João.
ResponderEliminarDeu uma interpretação mais abrangente, ao poema, mas muito actual.Não o tinha interpretado assim.
(às vezes também tem a ver comigo).
Um beijinho
Isabel, acho que tem a ver um pouco com tudo o que se passa, cada país com a sua dor e a sua solidão, cada um de nós acabamos por entrar nessa estrada, ainda bem que não sempre.
ResponderEliminarEstou gostando muito do Torga que leio aqui,
obrigada e bjs das 5
Todos nós, em algum momento, sentimos que vamos sozinhos. "A viagem" é nossa e tem de ser feita por nós.
ResponderEliminarQuanto à solidão, bem, essa deve ser terrível! E, cada vez mais, existem pessoas nessas condições.
Sozinhas nas tais "caixas" do post da Ana.
Um beijinho e um bom resto de semana
Isabel, o Torga enganou-se: um poeta nunca vai sozinho!
ResponderEliminarLinda ilustração... melhor que o poema...
Queridas amigas, fico contente por gostarem da poesia e do poeta.
ResponderEliminarÉ como dizem, quase todos, algum dia, passam por esse sentimento.
5 beijinhos
Olá Cláudia
ResponderEliminarNessa "viagem" a solidão às vezes é necessária e produtiva.
A outra solidão de que fala a Ana, essa que as pessoas sentem, mas não querem, essa, é pesada.
Um beijinho e bom resto de semana também para si.
Boa tarde Manuel
ResponderEliminarenganou-se...não vai sozinho porque muitos o lêem e sentem os seus poemas e se identificam com o que ele escreve. Sozinho, só está no acto de criar, de escrever.
Gostava de ter sido eu a tirar a foto...
Um beijinho e tenha um bom dia
Isabel,
ResponderEliminarGostei muito!
Aliás o Torga tem uma forma simples de dizer coisas muito difíceis! :)
Beijinhos, hoje encontrei uma estrelinha que me contentou! :))
Também gosto da simplicidade ( aparente) de muitos poemas dele.
ResponderEliminarQue bom ver toda essa alegria, Ana.
Espero que encontres muitas vezes essa estrelinha.
Beijinhos
Vejo que cada dia tens mais seguidores, e alegro-me por ti. Espero que nao te esqueças de mim nunca apesar de...
ResponderEliminarBeijinhos desde Tenerife
Ó Maria, és engraçada!
ResponderEliminarNão me esqueças tu, que eu não te esqueço de certeza. Tu fazes parte de um pequeno grupo, especial para mim.
Quanto aos seguidores, digo-te com toda a sinceridade que fico surpreendida e agradecida cada vez que aparece mais um seguidor. Fico contente.
Andas a passear? Felizarda!
Então bom passeio.
Beijinhos
Sozinho no momento de escrever? Sim... e cheio de medo. Há depois-pode haver- o momento em que sente que a agarrou. O quê? A poesia.
ResponderEliminarPenso que entendo.
ResponderEliminarA solidão e o medo que os escritores sentem antes da obra. Medo de não a "agarrar", seja a poesia ou outro tipo de escrita.
Obrigada
Um beijinho
O que é a solidao, Chabela?
ResponderEliminarMiguel Torga era médico, uma das profissoes mais humanas e " acompanhadas", casou e teve uma filha, e um éxito invejável em vida (lembro-me que todos os anos, no cortejo da Queima das Fitas, parávamos debaixo do balcao do seu consultório na Baixa, e aí estava ele para dizer-nos adeus)
A solidao é algo irremediável, que se leva dentro como o medo,e que "quanto mais se avança mais aumenta".
Só que faz falta ser poeta para poder explicá-lo tao bem em dois versos.
Nota:no ordenador do Enrique nao tenho tiles.
Mas tenho muitos beijinhos!
Hoje estou com um bocadinho de dificuldade em te responder, porque nem sei bem se concordo contigo em algumas coisas. Não sei se concordo que a solidão é algo irremediável, que "quanto mais se avança mais aumenta", mas talvez concorde que existe um tipo de solidão que é assim, como se esse sentimento nascesse com a pessoa. O sentimento de não pertencer a ninguém nem a lado nenhum.
ResponderEliminarMas também há uma solidão que pode acontecer em determinadas alturas da vida e ser passageira.
Miguel Torga foi tudo isso, mas era um homem de origem simples, penso eu e que trabalhou em contacto com gente simples, mesmo como médico. Acho que o início da sua vida de jovem adulto não foi fácil.
Miguel Torga é esse poeta, que sabe explicar as coisas tão bem.
Afinal parece-me que concordo contigo em tudo.
Esquece os tiles e obrigada pelos beijinhos.
(quem é Enrique? Deduzo...)
Muitos beijinhos meus também para ti
Chabela
O Enrique é o meu companheiro fiel há mais de 40 anos, o que nao impede que me sinta só e cheia de medos muitas vezes...Se ao menos eu fosse um miguel Torga!!
ResponderEliminarHoje vi o pôr do sol desde o Teide, foi fantástico. Oxalá as fotos saiam bem, para te mostrar alguma.Beijinhos
Foi o que imaginei.
ResponderEliminarÉs engraçada...mas desconfio que és um Miguel Torga no feminino, ou lá próxima.
Tenho uma amiga que me diz o mesmo, quando às vezes me queixo (quando me dá para a nostalgia...).
Fico, invejosa, à espera de ver essas fotos.
Beijinhos e continuação de bons dias.