quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Queixa da Moça Arrependida



A São Francisco de Assis
Fui pedir perdão na igreja
Por ter matado os ratinhos.

Meus brocados do Oriente!
Meus panos de seda antiga!
Tudo roíam, roíam...

Só São Francisco de Assis,
Que de bichinhos e panos
Desde menino entendia,
Só São Francisco de Assis
Me perdoar poderia.

Mas quando me ajoelhei
Junto aos pés do santo, vi
Que um rato os pés lhe roía.
O santo olhava e sorria.

Ribeiro Couto, Longe, pág.66
Edição « Livros do Brasil» Lisboa


 
Imagem retirada do livro Frederico de Leo Lionni
Editora Kalandraka
                                                                          
                                                                                      

16 comentários:

  1. Respostas
    1. Ah!Ah!Ah! Gostei!
      Obrigada pela minha parte.
      Penso que a menina também agradece!
      Beijinhos amigos para todas.

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  2. Que bonito poema! E lindos os teus ratinho malandrecos que até os pés do Santo roíam...
    Bom dia dos Santos! Beijinhos

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    1. Obrigada Maria João.
      Estes ratitos são duma história muito bonita.
      Amanhã deixo-a aqui para si.
      Um beijinho grande

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  3. Olá, Isabel,
    Gostei muito deste poema da moça arrependida, e achei muito interessante ela ver o ratito a roer o pé do Santo, estava a brincar com ele certamente...
    A poesia de Ribeiro Couto é infantil?!
    A ilustração também foi muito bem escolhida.
    Um beijinho,
    ME

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    1. O Poema é engraçado.
      Os livros que tenho de Ribeiro Couto (tenho 2) não são de poesia infantil; não sei se ele tem poesia infantil. Mas este poema, realmente poderia ser para crianças.
      Obrigada por gostar das escolhas.
      Um beijinho

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  4. O poema sem dúvida está delicioso...
    Pode ser que para a próxima, a menina
    não mete os ratinhos...
    E, a imagem escolhida é
    muito bonita e engraçada!
    Boa escolha.
    Um beijinho.

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    1. Achei graça...pois pode ser que não, porque matar os ratinhos e depois arrepender-se, já não vale de nada às pequenas criaturas.

      Um beijinho e obrigada Cláudia.

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  5. Que ternura de poema!
    Sabe? Adoro São Francisco de Assis. É um santo terno, amigo dos animais e da Natureza. Quando estive em Assis, comprei uma imagem dele. Quando o meu cão morreu, dei-a ao meu neto, para proteger os cães dele. Tenho à cabeceira o "Cantico delle crature". Conhece? É lindo e comovente.
    Abraço
    Maria

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    1. Olá Maria, gosto muito de a ver aqui. Obrigada pela visita.
      É um santo simpático, São Francisco de Assis. Conheço o cântico das criaturas, sim. É bonito.
      Sei que ficou muito triste com a morte do seu cão, que já tinha há muitos anos, não era? Acompanhei no blogue da UJM.Afeiçoamo-nos aos animais e custa perdê-los. Eu não tenho, nem nunca tive nenhum, a não ser peixinhos. Gosto de animais, mas em casa dão muito trabalho e precisam de tempo.

      Maria, muito obrigada pela sua visita
      Um abraço e bom fim-de-semana

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  6. Ilustração muito gira.
    Boa semana!

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    1. Obrigada MR. A história também é muito engraçada. Vou colocá-la aqui.
      Boa noite!

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  7. Maria Eduardo e Isabel, na obra de Ribeiro Couto, predomina a poesia e é por esta que normalmente é conhecido. No entanto, também escreveu romances, contos e tem alguns ensaios. Livros infantis, sejam de poesia ou outro género, não lhe conheço.
    Não sei se ajudei...

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    1. Ajudou sim, muito obrigada Cláudia.
      Apenas conheço os dois livros que tenho e que vieram da sua livraria. É mais um dos autores que conheci no Sobre o Risco, e de cuja poesia gostei muito.
      Este poema realmente tem um pouco de infantil, não tem?
      Beijinhos e obrigada

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  8. Olá, Claudia Ribeiro,
    Aproveito o Blogue da Isabel para lhe agradecer a ajuda que nos deu sobre o autor Ribeiro Couto e a sua obra. Logo que oportuno vou adquirir algum livro dele para conhecer o seu estilo de escrita.
    Obrigada pelo esclarecimento... e vou em breve fazer-lhe uma visita.
    Maria Eduardo

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  9. Maria Eduardo, conheço a obra de Ribeiro Couto há vários anos devido à profissão que desempenho. De prosa nunca li nada, mas tem poemas muito bonitos.
    Quando sei, é um prazer partilhar. Disponha.
    Fico então a aguardar visita.
    Cumprimentos.

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