Barco de Lata
- Mãe, compra-me o barco de lata
Que está na montra do Armelim
- Não mais farei de pirata
Nem serei menino ruim
- Não lutarei à pedrada na Rua do Castelo
Nem sujarei o bibe amarelo
- Não jogarei à bola no adro do mosteiro
E entre todos na escola serei o primeiro
- Mãe, mereço uma prenda.
Compra-me o barco de lata
Antes que o Armelim o venda
A outro marinheiro
Tarcísio Trindade
Donald Zolan
( Da Net)
Um grande alfarrabista, Tarcísio Trindade, falecido há pouco e que na juventude (Alcobaça) ainda "terçou" armas poéticas...
ResponderEliminarBoa lembrança, Isabel!
Fiquei a conhecer há pouco tempo quando ganhei um livrinho dele "Os Meninos e as Quatro Estações", numa edição Fac-símile, de onde foi tirado este poema.
EliminarDos poemas, deste livro, gostei muito.
Estive a pesquisar na Internet, sobre Tarcísio Trindade e espero conhecer a livraria, em breve.
( E se possível comprar algum livrinho).
Fico contente que tenha apreciado.
(Conheceu Tarcísio Trindade?)
Bom dia!
Delicioso...Isabel.
ResponderEliminarLindíssimo...onde é que andarão os nossos barcos de lata?
Beijinhos.:)
Pois é Ana...onde andarão?
EliminarOs miúdos agora nem sabem, nem os deixam brincar. Tudo é perigoso!
Nós fazíamos tantos brinquedos. Lembro-me de ter tantos brinquedos feitos com madeira (tinha uma cama de bonecas e um guarda-fatos feitos de caixas de madeira, onde vinha a marmelada) e com lata também. Faziamos vestidos para as bonecas e com 11/12 anos já sabia utilizar a máquina de costura da minha mãe...eramos mais livres.
Hoje os miúdos estão mais protegidos, mas também mais limitados.
E é curioso, que eu vejo pela minha sobrinha pequenina (e pelos meus alunos) a necessidade que têm de "fazer coisas" - recortar, colar, criar. E dão muito valor às coisas que fazem - a maior parte.
Não lhes é dado tempo nem espaço para serem livres! É tudo muito controlado, muito cheio de horários.
Alonguei-me! Este assunto é importante.
Ainda há pouco li que a personalidade e a maneira de ser da criança (futuro adulto) fica muito marcada, positiva ou negativamente, pela atenção que a criança recebe, dos pais, nos primeiros três anos de vida. E esta possibilidade de mexer, criar,descobrir, fazer as coisas sozinha, à medida que vai sendo capaz, é muito importante.
Bem, definitivamente, fico por aqui!
Um beijinho grande e boa semana!
PS. Comprei , há pouco tempo, um fogão e uma máquina de costura de lata, iguais aos que eu tinha quando era miúda.
EliminarConheci muito bem, Isabel. E foi ele que descobriu o "Tratado da Confissom" (Chaves, 1489?), primeiro incunábulo impresso em português, até João Alves Dias, anos mais tarde, achar, na Torre do Tombo, o "Sumário das Graças".
ResponderEliminarA loja continua aberta (R. do Alecrim, 44, Lx.), gerida pelo filho (Bernardo Trindade) e os preços são muito convidativos.
Vale a pena lá ir!
Sabia dessa história interessante, que está na Net, no catálogo da Livraria, de Homenagem a Tarcísio Trindade.
Eliminar(Não sabia que se dizia "incunábulo" - fui ver o que era. Mais uma coisa que aprendi!)
Sei que a Livraria continua aberta. Uma sobrinha minha esteve lá recententemente. Tenho muita vontade de conhecer. Adoro este tipo de lojas, mesmo que não possa comprar nada de especial.
Vou espreitar o post de que fala, sobre Tarcísio Trindade. Por tudo o que li e ouvi contar, imagino que devia ser uma pessoa muito culta e interessante, além de simpático.
Obrigada por me ter respondido.
O poema é engraçado. Não sabia que Tarcísio Trindade tinha poetado. :)
ResponderEliminarEstá num pequeno livrinho com poemas muito bonitos "Os Meninos e as Quatro Estações".
EliminarTambém conheceu o senhor Tarcísio Trindade, MR?
Ainda tenho a máquina de costura. Um dia destes, posto-a. :)
ResponderEliminarA de brincar? Sua?! De pequena?!
EliminarAdorava ter alguns brinquedos da minha infância, mas levaram um sumiço! Nem sei bem como se foram perdendo...
Faça o post, MR. Gostava de ver. A máquina que comprei é igual, mas não é antiga. O fogão comprei-o na Casa das Histórias da Paula Rego; a máquina não sei se foi lá também. Não me lembro...
Isabel fizeste muito bem em te alongar a falar destas tuas lembranças!Porque têm muito interesse!
ResponderEliminarTempos tão diferentes os teus e os meus, mais velha do que tu. Ainda bem que os teus meninos têm necessidade de "criar", fazer coisas com as suas mãos!
Um beijo
Obrigada Maria João.
EliminarEram tempos diferentes eram. Coisas melhores, outras piores, mas esta liberdade de brincar e descobrir, os miúdos de hoje têm menos; está tudo feito! São mais controlados pelos horários, deles e dos pais.
Por acaso, num tempo em que muitos miúdos já não sabem dar valor a "coisas artesanais",a maior parte dos meus alunos ainda valoriza muito, todas as coisinhas que faz e guardam-nas. Gosto disso.
Um beijinho grande
Não conhecia o Poeta, pelos vistos um grande alfarrabista de Alcobaça, segundo depreendi.
ResponderEliminarMas Isabel, hoje já nada há de lata. Hoje é tudo com botões, teclas ou assim.
Beijinho
Olá JP
EliminarA família de Tarcísio Trindade era de Alcobaça, mas a Livraria Trindade é em Lisboa. Não conheço (ainda!).
Pois é, já nada é de lata, nem de madeira nem de ferro! Só plástico!
Actualmente há jogos e brinquedos bonitos, mas antigamente havia brinquedos mais bonitos!
Enfim, cada coisa no seu tempo!
Um beijinho, JP.
Adorei a poesia.
ResponderEliminarA casa dos meus netos parece um armazém de brinquedos, às vezes até me assusto. Não sei se é melhor ou pior, o tempo dirá. Como em tudo, haverá ventagens e inconvenientes. Eu sempre tive poucos brinquedos, e fui absolutamente feliz, o que não sei é se hoje saem mais " génios", talvez sim!
Feliz semana, beijinhos.
Ainda bem que gostaste da poesia. Eu também achei muito linda.
EliminarEu também não tive muitos brinquedos, nada comparado com o que os miúdos agora têm, mas inventavamos muito, faziamos coisas, brincavamos muito, no quintal da minha casa, na rua, no parque - havia um perto de casa.Também era feliz.
As crianças agora não têm espaço, nem tempo.
Vamos ver se haverá muitos génios. Na questão de computadores e afins, não há dúvida que eles SABEM mesmo muito! São fantásticos! Lá está! São outros tempos!
Feliz semana para ti também, Maria. Um beijinho grande.
Isabel, este livro de poemas de Narcísio Trindade é muito bonito. Felizmente ainda o conheci.
ResponderEliminarJá tive oportunidade de lhe dizer que o Bernardo, o filho, está a fazer um excelente trabalho. A honrar o nome do pai.
Certamente que quando visitar a livraria, difícil vai ser não comprar nada. Tal como referiu APS, os preços são bastante convidativos.
Bonita homenagem!
Ainda tenho alguns brinquedos de quando era miúda. Principalmente peluches e bonecas.
Um beijinho.:))
Ai que estamos aqui a fazer publicidade à concorrência...
EliminarEstou brincando! Eu sei que a Cláudia não liga nada a isso; pelo contrário!
É verdade, Cláudia, já tinhamos comentado que o filho de Tarcísio Trindade segue o mesmo caminho do pai, no que diz respeito à Livraria.
Preços convidativos é bom, porque a bolsa anda fraquita!
Mas tenho vontade de conhecer a livraria. Provavelmente vou conhecê-la antes de conhecer a sua (tenho pena!)
Livros de quando era novita ainda tenho alguns, mas brinquedos, já não. Só tenho uma boneca da minha irmã mais nova. Tenho vários brinquedos, mas comprados actualmente.
Guarde bem os seus! São preciosidades!
Um beijinho grande
Olá Isabel,
ResponderEliminarGostei muito deste post, e não conhecia o poeta Tarcísio Trindade, e tenho curiosidade em ir espreitar esta loja na Rua do Alecrim (uma rua muito minha conhecida, cheia de alfarrabistas e de lojas antigas).
Os brinquedos antigos também me fascinam e como sabe sou colecionadora de bonecas e brinquedos (antigos) tenho alguns de lata, e de materiais diversos, bercinhos, caminhas, e mobiliário de bonecas, etc, etc... é uma delícia mexer-lhes. Sempre que vou a alguma feira de colecionismo não resisto a comprar mais uma pecinha, mas hoje estes brinquedos são muito caros... pela raridade!
Quando tiver oportunidade de visitar o Museu do Brinquedo em Sintra, vai lá encontar muitos brinquedos, autênticas relíquias,(dos nossos tempos de criança).
Gostei muito que tivesse recordado estes outros tempos, tão diferentes dos de hoje.
Um beijinho grande
Ruas cheias de Alfarrabistas e lojas antigas...deve ser uma perdição! Adoro esse tipo de lojas.
EliminarSe passar por lá, depois conte...
Sei que colecciona bonecas antigas, mas brinquedos não sabia. Também tenho vários brinquedos, mas todos comprados actualmente. Tenho algum mobiliário de casas de bonecas, mas daquelas coleccções actuais. Tanto quanto sei anda agora a sair uma da qual me ofereceram duas peças: um louceiro e um lavatório com jarro e bacia em louça. Miniaturas muito giras.
Já uma vez por outra perguntei preços em feiras de antiguidades, mas eram demasiado caras as peças.
Gostava de visitar o Museu do Brinquedo. Falhei-o por pouco no último Verão. Logo calha!
Gostei de conversar sobre este tema!
Um beijinho, Maria Eduardo.
Leitura do livro da 3ª classe +/- do ano 1974. Algo que não se esquece nunca.
ResponderEliminarO barco de lata deliciou-me uma vida inteira.
Não fazia ideia que este poema fazia parte de um manual da escola primária. É um poema muito bonito. Eu também recordo alguns poemas dos meus livros, que ficaram na memória para sempre...
EliminarObrigada pelo seu comentário :)