sexta-feira, 10 de maio de 2013

A asa esquerda do anjo


Foi o segundo livro que li de Lya Luft.
Conta a vida com desencanto, através da história de Gisela .
Gisela relata a história da família, que é dominada pela avó alemã, uma mulher autoritária e fria.
As mortes, os segredos, a dura disciplina imposta pela matriarca, as críticas constantes à sua maneira de ser... tudo isto a influencia profundamente.
Ao longo da vida, Gisela vai sentir-se sempre deslocada, como se não pertencesse a lado nenhum. É um sentimento que a habita desde criança e nunca vai abandoná-la.

"Este segundo romance de Lya Luft revela como o orgulho, a hipocrisia e o ressentimento são componentes fatais do universo familiar e social - um tema comum em toda a sua obra, que projecta sempre uma luz sobre os recantos mais obscuros da alma humana." ( retirado da contracapa do livro)

                                                                         
 
 
"Nenhum deles, excepto talvez a minha mãe, suspeitava da extensão da minha dor, e do meu medo de nunca vir a pertencer a nada ou a ninguém." - pág.25
 
"A minha avó fala em alemão, como sempre, e as suas palavras guturais caem sobre a minha alegria, fazem ruir o meu castelo, destroem o momento feliz." - pág.50
 
"Matei o que amava porque o quis reter comigo e não deixaram." - pág.54
 
"À noite, insone por causa da solidão e de tantas recordações, escutando os rumores da casa, eu meditava sobre a minha vida.
Uma vida sem interesse: já estava a envelhecer. Tormentos e exílio na infância.(...) Onde era o meu lugar?" - pág.100
 
 
Retirado de: a asa esquerda do anjo, Lya Luft, Pergaminho
 
                                                                                          
                                                                                
 
Ajeitando-se
Paula Rego
 
 
Por várias vezes, durante a leitura da história, me lembrei das pinturas da  Paula Rego.
 
                                                                                      

9 comentários:

  1. Parece interessante. :) Da Lya Luft só conheço alguma poesia.

    Bom fim-de-semana, Isabel.

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    1. Eu tenho outro livro dela e gostei.
      Este também é bom, mas triste.
      Poesia por acaso não conheço, mas fiquei com vontade de conhecer. Vou procurar.
      Bom fim-de-semana, Deep!

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    2. Deep, não consegui deixar comentários no teu blogue. Não consigo colocá-los, depois de escrever. Gostei muito da foto da porta.
      Continua a ser muito difícil abrir o que quer que seja!

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  2. Isabel, é possível que essa dificuldade tenha que ver com o browser. Por norma, não consigo entrar em certas páginas com o Internet Explorer, que deixei de usar. Com o Firefox e, mais ainda com o Chrome, tudo funciona melhor.
    Obrigada pelas visitas. :) Mais uma vez: bom fim-de-semana.

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    1. Talvez seja isso, porque não me acontece com mais nenhum blogue.
      Vou continuar a ver e a tentar deixar comentários, porque às vezes consegue-se, embora demore muito tempo!

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  3. Já está, Isabel! ;)

    Um óptimo sábado!

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  4. Deve ser bom este livro, mas triste, como diz. A escolha da pintura de Paula Rego foi muito bem escolhida.
    Bom fim de semana.
    Um beijinho

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    1. Eu gostei muito de o ler.
      É uma história desencantada, onde a protagonista não consegue encontrar o seu lugar no mundo.
      A pintura escolhi-a porque durante a leitura, algumas imagens fizeram-me recordar a pintura da Paula Rego. Algum grotesco.
      Um beijinho Maria Eduardo.

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