"Sou um pouco de todos que conheci,
um pouco dos lugares que fui,
um pouco das saudades que deixei,
sou muito das coisas que gostei.
Entre umas e outras errei,
entre muitas e outras conquistei."
Isabel, Permita-me uma opinião muito pessoal deste poema. Para mim ele fala das roupas que se vestem ao longo da vida, não do interior, da "caixa negra" de cada um.
Olá AC quando fala em "roupas que se vestem ao longo da vida", refere-se a uma forma não verdadeira de ser? Para não lhe chamar falsa, em que nos adaptamos àquilo que os outros esperam de nós? Uma vida que levamos, usando "máscara". Será isso?
Eu li-o ontem no blogue duma amiga, que está "desactivado" e achei-o bonito. Eu interpretei que somos um pouco aquilo que vai passando pela nossa vida e nos deixa alguma marca, que, mesmo que leve, tem o seu peso. Todas essas marcas vão influenciando a nossa maneira de ser. Interpretei-o assim.Li dessa forma.
Não sei... Obrigada pelo seu comentário AC, que me fez pensar noutra visão possível para o texto, e provavelmente a mais correcta... Um abraço
Isabel, Fui tão parco em palavras que não me fiz explicar bem. As "roupas que se vestem ao longo da vida" ajudam a construir o nosso edifício, a aprimorá-lo, a dar-lhe dimensão, mas acredito que há algo mais fundo, vindo do estado inicial, que é a nossa verdadeira força motriz.
Isabel, Com ou sem influências do exterior, o importante é sermos e vivermos no sentido de aproveitarmos ao máximo a nossa passagem por cá. De sermos pessoas melhores. Podemos ser muitas coisas, mas a essência, essa está sempre lá, como diz o AC. Um beijo
Eu penso o mesmo que tu, somos tudo isto, e muitas coisas mais, claro, incluida a tal"caixa negra", secreta por direito próprio. Um dos meus primeiros posts, ainda em português, chama-se precisamente assim, e não tem nada que ver com estes versos ( 21 de julio de 2010, por se tens a paciência de passar por lá). Feliz finde, um beijinho muito grande
Olá AC então pensamos da mesma maneira. Também acredito que há algo que nasce connosco e que faz grande parte do que somos. É a velha questão, o que é maior em nós, o que trazemos nos genes ou o que nos influencia? Eu acredito que uma boa parte já vem connosco, depois o que vivemos ajuda a ser melhor ou pior pessoa. Um beijo e bom fim-de-semana
A essência está lá, cláudia, também acredito. A vida vai-nos depois completando, moldando, vamos "construindo o nosso edifício", como diz o AC. Se pudermos, devemos ir mesmo vivendo aproveitando ao máximo as coisas que valem a pena e fazem sentido. Um beijinho grande
Essa "caixa negra" Maria é a parte negra que todos temos ao nascer, ou os nossos pequenos (ou grandes) segredos? Porque provavelmente em cada um de nós há essa caixa negra chamada maus sentimentos. Quem é que nunca sentiu algum ódio, alguma raiva, alguma vontade de "desfazer" alguém perante uma injustiça? Mas será que apenas as circunstâncias levam alguns a concretizar esses maus sentimentos a ser "maus" ou nos seus genes existe já uma predisposição para a maldade? Nós começamos a ser logo influenciados na gestação, pelos sentimentos da mãe, pelo que come. pelos medicamentos que toma... É um tema que não tem fim... Vou já ver o teu post. Vou sempre quando me indicas algum, e vejo sempre mais. Gosto muito do que escreves. Um beijinho e bom finde (sem frio) Chabela
Eu não chamaria "maus sentimentos" à caixa negra do AC... Como nos aviões, a caixa negra seria onde está toda a nossa verdade, mas não tem porque ser igual a coisas ruins, digo eu! Obrigada pela tua visita, respondi-te algo. Muitos beijinhos
Acho mais certo essa maneira de ver a "caixa negra". Tudo , toda a nossa verdade e não só o negativo. Associei-a a aspectos negativos, por ser negra. Fui ver uma exposição de pintura, depois hei-de colocar aqui algo. Vou ver o que me respondeste. Um beijinho
Entre Maria, AC e você ... pensamos como Cora Coralina e seu poema Maravilhoso.
Todas as Vidas ( CORA CORALINA )
Vive dentro de mim uma cabocla velha de mau-olhado, acocorada ao pé do borralho, olhando para o fogo. Benze quebranto. Bota feitiço... Ogum. Orixá. Macumba, terreiro. Ogã, pai-de-santo... Vive dentro de mim a lavadeira do Rio Vermelho. Seu cheiro gostoso d'água e sabão. Rodilha de pano. Trouxa de roupa, pedra de anil...
Vive dentro de mim a mulher do povo. Bem proletária. Bem linguaruda, desabusada, sem preconceitos, de casca-grossa, de chinelinha, e filharada...
Vive dentro de mim a mulher roceira. -Enxerto de terra, Trabalhadeira. Madrugadeira. Analfabeta. De pé no chão. Bem parideira. Bem criadeira. Seus doze filhos, Seus vinte netos. Vive dentro de mim a mulher da vida. Minha irmãzinha... tão desprezada, tão murmurada... Fingindo ser alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim: Na minha vida - a vida mera das obscuras!
Isabel,
ResponderEliminarPermita-me uma opinião muito pessoal deste poema. Para mim ele fala das roupas que se vestem ao longo da vida, não do interior, da "caixa negra" de cada um.
Bj
Olá AC
ResponderEliminarquando fala em "roupas que se vestem ao longo da vida", refere-se a uma forma não verdadeira de ser? Para não lhe chamar falsa, em que nos adaptamos àquilo que os outros esperam de nós?
Uma vida que levamos, usando "máscara". Será isso?
Eu li-o ontem no blogue duma amiga, que está "desactivado" e achei-o bonito. Eu interpretei que somos um pouco aquilo que vai passando pela nossa vida e nos deixa alguma marca, que, mesmo que leve, tem o seu peso. Todas essas marcas vão influenciando a nossa maneira de ser.
Interpretei-o assim.Li dessa forma.
Não sei...
Obrigada pelo seu comentário AC, que me fez pensar noutra visão possível para o texto, e provavelmente a mais correcta...
Um abraço
Isabel,
ResponderEliminarFui tão parco em palavras que não me fiz explicar bem. As "roupas que se vestem ao longo da vida" ajudam a construir o nosso edifício, a aprimorá-lo, a dar-lhe dimensão, mas acredito que há algo mais fundo, vindo do estado inicial, que é a nossa verdadeira força motriz.
Bj
Isabel,
ResponderEliminarCom ou sem influências do exterior, o importante é sermos e vivermos no sentido de aproveitarmos ao máximo a nossa passagem por cá. De sermos pessoas melhores. Podemos ser muitas coisas, mas a essência, essa está sempre lá, como diz o AC.
Um beijo
Eu penso o mesmo que tu, somos tudo isto, e muitas coisas mais, claro, incluida a tal"caixa negra", secreta por direito próprio.
ResponderEliminarUm dos meus primeiros posts, ainda em português, chama-se precisamente assim, e não tem nada que ver com estes versos ( 21 de julio de 2010, por se tens a paciência de passar por lá).
Feliz finde, um beijinho muito grande
Olá AC
ResponderEliminarentão pensamos da mesma maneira. Também acredito que há algo que nasce connosco e que faz grande parte do que somos. É a velha questão, o que é maior em nós, o que trazemos nos genes ou o que nos influencia? Eu acredito que uma boa parte já vem connosco, depois o que vivemos ajuda a ser melhor ou pior pessoa.
Um beijo e bom fim-de-semana
A essência está lá, cláudia, também acredito.
ResponderEliminarA vida vai-nos depois completando, moldando, vamos "construindo o nosso edifício", como diz o AC.
Se pudermos, devemos ir mesmo vivendo aproveitando ao máximo as coisas que valem a pena e fazem sentido.
Um beijinho grande
Essa "caixa negra" Maria é a parte negra que todos temos ao nascer, ou os nossos pequenos (ou grandes) segredos?
ResponderEliminarPorque provavelmente em cada um de nós há essa caixa negra chamada maus sentimentos. Quem é que nunca sentiu algum ódio, alguma raiva, alguma vontade de "desfazer" alguém perante uma injustiça? Mas será que apenas as circunstâncias levam alguns a concretizar esses maus sentimentos a ser "maus" ou nos seus genes existe já uma predisposição para a maldade?
Nós começamos a ser logo influenciados na gestação, pelos sentimentos da mãe, pelo que come. pelos medicamentos que toma...
É um tema que não tem fim...
Vou já ver o teu post. Vou sempre quando me indicas algum, e vejo sempre mais. Gosto muito do que escreves.
Um beijinho e bom finde (sem frio)
Chabela
Eu não chamaria "maus sentimentos" à caixa negra do AC...
ResponderEliminarComo nos aviões, a caixa negra seria onde está toda a nossa verdade, mas não tem porque ser igual a coisas ruins, digo eu!
Obrigada pela tua visita, respondi-te algo.
Muitos beijinhos
Acho mais certo essa maneira de ver a "caixa negra". Tudo , toda a nossa verdade e não só o negativo. Associei-a a aspectos negativos, por ser negra.
ResponderEliminarFui ver uma exposição de pintura, depois hei-de colocar aqui algo.
Vou ver o que me respondeste.
Um beijinho
Isabel, a Maria interpretou muito bem o conceito de "caixa negra". Ainda bem que tudo ficou esclarecido.
ResponderEliminarBj
AC, agora achei graça. Ainda bem que ficou tudo esclarecido.
ResponderEliminarE gostei deste conceito de "caixa negra".
Um beijo
Entre Maria, AC e você ... pensamos como Cora Coralina e seu poema Maravilhoso.
ResponderEliminarTodas as Vidas ( CORA CORALINA )
Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil...
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada...
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
-Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim: Na minha vida - a vida mera das obscuras!
bjs nossos.
Bom dia amigas
ResponderEliminarmuito bonito.
Conheço Cora Coralina apenas de alguns textos que circulam na internet e que me chegam por mail. Sempre textos bonitos.
7 beijinhos e bom domingo