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segunda-feira, 23 de março de 2015

Alice


Fui ver O Meu Nome é Alice.
Gostei imenso do filme.
É assustador pensar que a vida pode mudar completamente, de um dia para o outro...

                                                                       

 
 
Uma arte
 
A arte de perder não é difícil de se dominar;
tantas coisas parecem cheias da intenção
de se perderem que a sua perda não é uma calamidade.
 
Perder qualquer coisa todos os dias. Aceitar a agitação
de chaves perdidas, a hora mal passada.
A arte de perder não é difícil de se dominar.
 
Então procura perder mais, perder mais depressa:
lugares e nomes e para onde se tencionava
viajar. Nenhuma destas coisas trará uma calamidade.
 
Perdi o relógio da minha mãe. E olha! a última, ou
a penúltima, de três casas amadas desapareceu.
A arte de perder não é difícil de se dominar.
 
Perdi duas cidades encantadoras. E, mais vastos ainda,
reinos que possuía, dois rios, um continente.
Sinto falta deles, mas não foi calamidade.
 
- Mesmo o perder-te ( a voz trocista, um gesto
que amo) não foi diferente disso. É evidente
que a arte de perder não é muito difícil de se dominar
mesmo que nos pareça (Toma nota!) uma calamidade.
 
Elizabeth Bishop
Geografia III, pág.63
Relógio D'Água



Carpe Diem


                                                                                   


( As fotos foram tiradas na exposição Ver Simplesmente de Tomás Monteiro )