quarta-feira, 30 de maio de 2012
Dia Mundial da Esclerose Múltipla
Hoje comemora-se o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, doença degenerativa do sistema nervoso central, que em Portugal afecta cerca de cinco mil pessoas com idade acima dos dezoito anos.
terça-feira, 29 de maio de 2012
Regresso
Setembro
Nesses dias distantes eu vagueava pelas matas
enchia a espingarda de chumbo e disparava
contra o silêncio das árvores altas
só para assistir ao espectáculo dos pássaros
em debandada
Experimentava uma exaltação - de que tenho hoje pudor
perante imagens que partem:
fragmentos rápidos, passagens, segredos que se apagam
nesses dias distantes nem suspeitava
a vida pode ser interminável
O que deixaste abandonado regressa - aprende-se depois
quando, por exemplo, a esquecida infância se parece
com certos cães deixados de propósito a muitos quilómetros
que ladram não se percebe como
à porta da velha casa
A Noite Abre Meus Olhos, pág.145
José Tolentino Mendonça
Assírio & Alvim
Nesses dias distantes eu vagueava pelas matas
enchia a espingarda de chumbo e disparava
contra o silêncio das árvores altas
só para assistir ao espectáculo dos pássaros
em debandada
Experimentava uma exaltação - de que tenho hoje pudor
perante imagens que partem:
fragmentos rápidos, passagens, segredos que se apagam
nesses dias distantes nem suspeitava
a vida pode ser interminável
O que deixaste abandonado regressa - aprende-se depois
quando, por exemplo, a esquecida infância se parece
com certos cães deixados de propósito a muitos quilómetros
que ladram não se percebe como
à porta da velha casa
A Noite Abre Meus Olhos, pág.145
José Tolentino Mendonça
Assírio & Alvim
Árvores Perto do Lago Triveaux , 1916
Matisse
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Canção
Não te fies do tempo nem da eternidade
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo.
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!
Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te escuto!
Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anémona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te digo...
Cecília Meireles
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo.
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!
Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te escuto!
Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anémona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te digo...
Cecília Meireles
A Sesta, 1939
Almada Negreiros
domingo, 27 de maio de 2012
Exemplos de Vida
Vi no blogue Um Jeito Manso ( http://umjeitomanso.blogspot.pt/ ) um belissímo post sobre duas mulheres extraordinárias, que no seu tempo, venceram dificuldades com base na força de vontade, na persistência e sobretudo no amor. Hellen Keller, a menina que ficou cega surda e muda, devido a uma doença , e Anne Sullivan a professora e amiga que a vai arrancar da "noite irremediável em que ficou mergulhada" após a doença.
Foi desse blogue que copiei ( com autorização ) este video interessantíssimo ( e, claro, a ideia de depois completar a apresentação do video, com este post ) .
Foi desse blogue que copiei ( com autorização ) este video interessantíssimo ( e, claro, a ideia de depois completar a apresentação do video, com este post ) .
"O seu espírito, partindo do princípio que ela o tem, está encerrado numa prisão. Ele não pode sair de lá e ninguém pode abrir-lhe a porta para o ajudar Perdeu-se a chave e ninguém poderá encontrá-la."(pág. 9)
...mas...
"O entusiasmo que Hellen tinha por aprender começava a por um problema a Anne Sullivan. Ela própria só frequentara a escola seis anos. Hellen começava a estar a par dela em certas matérias..." (pág. 92)
A História de Hellen Keller
Lorena A. Hickok
sexta-feira, 25 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Espera
"No ponto onde o silêncio e a solidão
Se cruzam com a noite e com o frio,
Esperei como quem espera em vão,
Tão nítido e preciso era o vazio."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética, pág.71
Caminho
Se cruzam com a noite e com o frio,
Esperei como quem espera em vão,
Tão nítido e preciso era o vazio."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética, pág.71
Caminho
Flaming June
Frederic Leighton
terça-feira, 22 de maio de 2012
Constante
Tarde
"O que eu queria dizer-te nesta tarde
Nada tem de comum com as gaivotas."
O Arco Das Espumas
"O mar rolou as suas ondas negras
Sobre as praias tocadas de infinito."
Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética, pág.278 e pág.282
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Mariana e Noel
"As coisas aconteceram como tinham de acontecer. Nós não somos donos das coisas. Nós não somos donos da nossa vida."(pág. 10)
"Tens razão, era o teu destino! O amor uniu-te a mim para sempre. Para lá do bem e do mal!" (pág.18)
"...a voz embargada, emocionado
...Nunca mais será assim! Nunca mais!" (pág. 36)
Soube-me a pouco!
Tenho esperança de um dia o ver em cena.
O beijo
Francesco Hayez
domingo, 20 de maio de 2012
Um novo dia
"Pousa todas as manhãs os cotovelos
Brevemente no peitoril da janela do céu
E olha para o teu Senhor.
Depois, com o sonho no coração,
Fortalece-te para enfrentares o teu dia."
Thomas Blake
Brevemente no peitoril da janela do céu
E olha para o teu Senhor.
Depois, com o sonho no coração,
Fortalece-te para enfrentares o teu dia."
Thomas Blake
Study of a Girl Reading
Valentine Cameron Prinsep
sábado, 19 de maio de 2012
Tarde no campo
Hoje fui até ao campo.
O tempo mudou e choveu um pouco.
Apareceu um arco-íris completo, como poucas vezes tive oportunidade de ver.
E sobre esse, um outro, mais esmorecido.
Só no campo se consegue ver o que a cidade sempre esconde.
O tempo mudou e choveu um pouco.
Apareceu um arco-íris completo, como poucas vezes tive oportunidade de ver.
E sobre esse, um outro, mais esmorecido.
Só no campo se consegue ver o que a cidade sempre esconde.
Guitarra Portuguesa
Guitarra
Na voz de oiro e de sombra da guitarra
Algo de mim a si próprio renuncia
Sophia de Mello Breyner Andresen
´
Na voz de oiro e de sombra da guitarra
Algo de mim a si próprio renuncia
Sophia de Mello Breyner Andresen
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Abelha na flor
As Abelhas
A abelha-mestra
E as abelhinhas
Estão todas prontinhas
Para ir para a festa
Num zune-que-zune
Lá vão pro jardim
Brincar com a cravina
Valsar com o jasmim
Da rosa pro cravo
Do cravo pra rosa
Da rosa pro favo
E de volta pra rosa
[...]
Vinicius de Moraes
A abelha-mestra
E as abelhinhas
Estão todas prontinhas
Para ir para a festa
Num zune-que-zune
Lá vão pro jardim
Brincar com a cravina
Valsar com o jasmim
Da rosa pro cravo
Do cravo pra rosa
Da rosa pro favo
E de volta pra rosa
[...]
Vinicius de Moraes
quinta-feira, 17 de maio de 2012
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Todos diferentes todos iguais
No Blogue A Cozinha dos Vurdóns, combater o ódio e o racismo com poesia:
Ser Humano
Dois olhos
Dois ouvidos
Uma boca
Pele
Coração
Dois braços
Duas pernas
Sentimentos
Dores
Alegrias
Ama
Respira
Contempla
Pensa
Sofre
Ri
Chora
Nasceu
Morrerá
terça-feira, 15 de maio de 2012
Um fado de Coimbra
Um pouco de música...
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Surpresa
Hoje de manhã quando cheguei à escola uma aluna aproximou-se de mim, sorriso enorme, com um saco na mão:
- Toma professora, é para ti! Uma lembrança que te trouxe da feira do livro...
- Obrigada, foste lá?... - respondi, enquanto aceitava descontraidamente o saco que me estendia. Assim de repente pensei que seria um marcador de livros.
Era um livro, O Teu Rosto Será O Último, de João Ricardo Pedro, de que já ouvi falar e curiosamente tenho vontade de ler. Está autografado, para mim.
Fiquei comovida.
E tão feliz!
Porque foi uma surpresa boa.
Porque livros é a melhor prenda que me podem dar.
Porque foi uma aluna que me deu, e isso significa que ela dá aos livros o mesmo valor que eu dou (se bem que a mãe está por trás da escolha - uma jovem senhora que também gosta de ler).
Porque é bom, de vez em quando, saber que gostam de nós, e ela lembrou-se de mim na feira do livro.
E
Acima de tudo, pela alegria que vi nos olhos da minha aluna, quando me deu o livro.
Ela sabia como eu ia gostar.
Gostei muito!
- Toma professora, é para ti! Uma lembrança que te trouxe da feira do livro...
- Obrigada, foste lá?... - respondi, enquanto aceitava descontraidamente o saco que me estendia. Assim de repente pensei que seria um marcador de livros.
Era um livro, O Teu Rosto Será O Último, de João Ricardo Pedro, de que já ouvi falar e curiosamente tenho vontade de ler. Está autografado, para mim.
Fiquei comovida.
E tão feliz!
Porque foi uma surpresa boa.
Porque livros é a melhor prenda que me podem dar.
Porque foi uma aluna que me deu, e isso significa que ela dá aos livros o mesmo valor que eu dou (se bem que a mãe está por trás da escolha - uma jovem senhora que também gosta de ler).
Porque é bom, de vez em quando, saber que gostam de nós, e ela lembrou-se de mim na feira do livro.
E
Acima de tudo, pela alegria que vi nos olhos da minha aluna, quando me deu o livro.
Ela sabia como eu ia gostar.
Gostei muito!
domingo, 13 de maio de 2012
Versões do mundo
Se tiveres de escolher um reino
escolhe o relento
a noite tem a brancura do alabastro
ou mais extraordinário ainda
Ao que vem depois de ti
cede o instante
sem pronunciar
seu nome
A Noite Abre Meus Olhos, pág.241
José Tolentino Mendonça
Assírio & Alvim
escolhe o relento
a noite tem a brancura do alabastro
ou mais extraordinário ainda
Ao que vem depois de ti
cede o instante
sem pronunciar
seu nome
A Noite Abre Meus Olhos, pág.241
José Tolentino Mendonça
Assírio & Alvim
Os gatos e as pombas (ainda...)
Hoje apanhei dois gatitos.
Lá estão eles, ignorando as pombas e à espera do alimento que há-de vir da janela do primeiro andar.
Um dia destes ainda apanho os três gatos e as pombas todas (umas dezenas...).
Lá estão eles, ignorando as pombas e à espera do alimento que há-de vir da janela do primeiro andar.
Um dia destes ainda apanho os três gatos e as pombas todas (umas dezenas...).
sábado, 12 de maio de 2012
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Liberdade
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada.
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
Poesia de Fernando Pessoa Para Todos, pág.21
Porto Editora
Não cumprir um dever,
ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada.
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
Poesia de Fernando Pessoa Para Todos, pág.21
Porto Editora
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Amigos Improváveis
Ontem fui ao cinema ver Amigos Improváveis.
É, tal como o título diz, um filme sobre uma amizade que à partida não aconteceria numa situação, dita, normal.
Um aristocrata rico fica tetraplégico num acidente de parapente e acaba por contratar para seu assistente no dia-a-dia o único candidato aparentemente pouco vocacionado. No entanto, o relacionamento entre Phillippe - o rico aristocrata e Driss - o rapaz dos subúrbios acabado de sair da prisão, resulta numa boa e forte amizade.
O filme, ligeiro, tem situações engraçadas.
Mas cada personagem é um universo de um mundo desigual.
Podemos reflectir sobre isso.
Gostei muito do filme, que é inspirado numa história verídica.
É, tal como o título diz, um filme sobre uma amizade que à partida não aconteceria numa situação, dita, normal.
Um aristocrata rico fica tetraplégico num acidente de parapente e acaba por contratar para seu assistente no dia-a-dia o único candidato aparentemente pouco vocacionado. No entanto, o relacionamento entre Phillippe - o rico aristocrata e Driss - o rapaz dos subúrbios acabado de sair da prisão, resulta numa boa e forte amizade.
O filme, ligeiro, tem situações engraçadas.
Mas cada personagem é um universo de um mundo desigual.
Podemos reflectir sobre isso.
Gostei muito do filme, que é inspirado numa história verídica.
terça-feira, 8 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Tesouros
Preciosos
são os dias de sol
que iluminam a nossa alma.
Preciosos
são os dias de Primavera
que perfumam o ar
e alegram os nossos sentidos.
Preciosos
são os dias em que a certeza da amizade
ganha forma
e aquece a nossa vida.
são os dias de sol
que iluminam a nossa alma.
Preciosos
são os dias de Primavera
que perfumam o ar
e alegram os nossos sentidos.
Preciosos
são os dias em que a certeza da amizade
ganha forma
e aquece a nossa vida.
The Woodman's Daughter
Sir John Everett Millais
Exposição de pintura
Fui ver a exposição Mood/ Humor, na Casa das Histórias Paula Rego. Gosto sempre de ver as pinturas e desenhos diferentes, estranhas, interessantes... que prendem o nosso olhar.
"Mood/ Humor é a segunda parte de um percurso que teve, como primeiro momento, a exposição O corpo tem mais cotovelos, onde o caracter incisivo do título, apropriado de uma frase proferida por Paula Rego, indiciava já que, para além de ser um motivo de desenho, o corpo é sobretudo matéria sensível das suas expressões mais profundas.
Retirado do folheto da exposição
"Mood/ Humor é a segunda parte de um percurso que teve, como primeiro momento, a exposição O corpo tem mais cotovelos, onde o caracter incisivo do título, apropriado de uma frase proferida por Paula Rego, indiciava já que, para além de ser um motivo de desenho, o corpo é sobretudo matéria sensível das suas expressões mais profundas.
(...)
Numa espécie de memória longínqua dos primórdios da medicina e do modo de interpretar o homem à luz dos seus humores e do seu temperamento, Paula Rego utiliza por vezes, a palavra inglesa Mood para ancorar o seu interesse nas histórias e nos corpos que lhe dão vida: « Uso a figuração porque é a única forma de transmitir um estado de alma [ put mood across ], através de figuras, porque gosto de desenhar pessoas, interesso-me por pessoas, gosto de pessoas acima de tudo. É curiosa a sua crueldade e todas essas coisas fascinantes, as pessoas».
(...)
...uma marca indelével da personalidade de Paula Rego e da forma como olha o mundo, potenciadora de sentidos e emoções no público, matriz de densidades narrativas e formais nas histórias contadas, tanto na pintura, como no desenho e gravuras."
Retirado do folheto da exposição
A exposição está patente ao público, de 1 de Março a 24 de Junho de 2012, na Casa das Histórias Paula Rego
domingo, 6 de maio de 2012
Dia da Mãe II
Relíquia
Era de minha mãe: é um pobre xale,
que tem p'ra mim uma carícia de asa.
Vou-lhe pedir ainda que me fale
da que ele agasalhou em nossa casa.
Na sua trama, já puída e lassa,
deixo os meus dedos p'ra senti-la ainda;
e Ela vem, é Ela que me abraça,
fala de coisas que a saudade alinda.
É a minha mãe mais perto, mais pertinho,
que eu sinto quando toco o velho xale,
que guarda não sei quê do seu carinho.
E quando a vida mais me dói, no escuro,
sinto ao tocá-la como alguém que embale
e beije a minha sede de amor puro.
António Patrício
1878-1930
Era de minha mãe: é um pobre xale,
que tem p'ra mim uma carícia de asa.
Vou-lhe pedir ainda que me fale
da que ele agasalhou em nossa casa.
Na sua trama, já puída e lassa,
deixo os meus dedos p'ra senti-la ainda;
e Ela vem, é Ela que me abraça,
fala de coisas que a saudade alinda.
É a minha mãe mais perto, mais pertinho,
que eu sinto quando toco o velho xale,
que guarda não sei quê do seu carinho.
E quando a vida mais me dói, no escuro,
sinto ao tocá-la como alguém que embale
e beije a minha sede de amor puro.
António Patrício
1878-1930
Madona com o Menino
Matisse
Dia da Mãe I
Cidália Moreira e o fado Balada para uma velhinha
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Problema resolvido!!
Recebi ontem por mail e não resisti a colocá-lo aqui!
"Ao ritmo a que irá crescer o número de alunos por turma, está resolvido o problema das salas de aula."
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Cecília Meireles - Se Eu Fosse Apenas
Se eu fosse apenas
Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!
Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!
Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana amarga demora!
- de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa.
Cecília Meireles
Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!
Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!
Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana amarga demora!
- de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa.
Cecília Meireles
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Fernando Pessoa Plural como o Universo
"Viver não é necessário, o que é necessário é criar"
Fernando Pessoa
No sábado passado fui ver a exposição na Gulbenkian sobre o Fernando Pessoa.
Ía cheia de expectativas, por tudo o que já tinha lido sobre a mesma.
Cheguei a pensar que com tanta expectativa, se calhar ia ficar desiludida.
Mas não!
Nada disso.
Passei cerca de hora e meia por lá e teria passado mais, se não estivesse um pouco condicionada pelo tempo e dependente da boleia de familiares, e ainda porque de repente, quando dei conta as salas estavam demasiados cheias de gente. Muita gente. Demais.
Tirei algumas fotos, mas não foram muitas, porque havia sempre uma pessoa a passar nos sítios...
Paciência.
Vi.
Guardei.
E para me ajudar a recordar, trouxe o catálogo.
A exposição ainda continua por mais uns dias.
Vale a pena ver.
"Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes
que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim."
Alberto Caeiro
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