Uma reflexão sobre a vida.
Um relato comovente, de alguém que sabe que se está a desligar da vida, sem opção.
No youtub, tem a possibilidade de legendas, em português.
Uma reflexão sobre a vida.
Um relato comovente, de alguém que sabe que se está a desligar da vida, sem opção.
No youtub, tem a possibilidade de legendas, em português.
O Senhor Inspector
Foi o papão de quem eu tive medo
essa ameaça eterna do inspector
que ia chegar a qualquer hora, cedo,
e que mandava mais que o professor.
Trazia-me suspenso, sempre quedo,
a vinda do fantasma aterrador
e se falava dele era em segredo
- não n'o pudesse mesmo assim supor!
Da sala a porta abriu-se um belo dia
e logo devagar na escola entrava
um velho muito urbano que sorria...
Fizeram-lhe os rapazes festa brava
e então, pasmado, eu vi que não batia
o homem que no mestre até mandava!
António Sardinha
Poesia, pág. 65, E-Primatur
Outono
Não é agora verão, nem me regressam
Os dias indiferentes do passado.
Já primavera errada se escondeu
Numa dobra do tempo amarrotado.
É tudo quanto tenho, um fruto só,
Sob calor de outono amadurado.
José Saramago, Poesia Completa, pág.119
Voltei ao cinema em casa, agora que tenho mais tempo livre.
"Os anos do exílio na vida de Stefan Zweig, um dos escritores de língua alemã mais lidos do seu tempo, entre Buenos Aires, Nova Iorque e Brasil. Enquanto intelectual judeu, Zweit tenta encontrar a atitude correcta face aos acontecimentos na Alemanha nazi, ao mesmo tempo que vai em busca de um lar no novo mundo."(retirado da capa do DVD)
Gostei do filme e fiquei a saber mais algumas coisas sobre a vida do escritor, que se suicidou, deprimido com tudo o que se passava na Europa do seu tempo, e sem poder fazer nada para ajudar. - https://pt.wikipedia.org/wiki/Stefan_Zweig
O filme, de 2016 (?), tem a participação de vários actores portugueses: Virgílio Castelo, Nicolau Breyner, João Lagarto, João Didelet, Maria Vieira e João Cabral.
É o novo marcador da Bertrand, para colocar nas prendas (pelo menos para mim é novo, pois ainda não o tinha visto). É giro!
"Tomei as opções que tomei com o que tinha na altura. Tomei as opções que tomei com amor, e escolhi viver sem remorsos. Todos enfrentam os remorsos - a questão é, quanto tempo devemos agarrar-nos a eles?"(pág.98)
"A autora Aston Applewhite notou que o vínculo social é um indicador principal de um envelhecimento feliz e saudável. Ela também recomenda amizades multigeracionais..."(pág.153/154)
"Espero que, chegados a este ponto, já tenha deixado claro que lamentar o passado, mergulhar na autocomiseração e alimentar a negatividade raramente são úteis...(pág.247)
"E se, em vez de irmos atrás da juventude e do tempo perdido, conseguíssemos aceitar o processo de envelhecimento, criando espaço para as nossas vidas melhorarem cada vez mais à medida que vão prosseguindo?"(pág.272)
Vi aqui há dias no blogue "Um Jeito Manso", um video com uma pequena entrevista a Gladys McGarey, uma médica de 103 anos, com uma vida longa, interessante e que continua activa e lúcida. Procurei na net e encontrei um outro video com uma entrevista de quase uma hora, que estive também a ouvir. No youtub, tanto a que aqui deixo, como a outra têm tradução para português.
Vi que tem um livro publicado em português e comprei-o, pois com uma vida como esta, o livro tem que ter credibilidade😊. Vou lê-lo já a seguir!
Vamos sempre a tempo de melhorar alguns aspectos da nossa vida e de aprender com quem nos pode ensinar algo.
Boas leituras!
Foi a última aquisição.
É o primeiro de quatro volumes. Saiu em Março deste ano e já me tinham falado dele.
Para intercalar com outras leituras.
Pássaro Branco; fui ver ao Cine-Teatro e gostei imenso. Uma história comovente sobre a bondade (e a maldade gratuita).
Muito bonito! Vale a pena.
Comprei-o por sugestão de uma colega, no início do ano.
Não pego nele todos os dias, porque me esqueço, mas quando me lembro leio o pensamento do dia e a reflexão que o acompanha.
É sempre positivo.
Trajecto na escrita
Vou entrançando
o traçado
do meu trajecto na escrita
Consulto os mapas da alma
o júbilo, a assombração
do coração a desdita
os atlas da insubmissão
as cartas dos oceanos
os versos, a alegoria
Vou navegando á bolina
por entre ventos contrários
e ondas enraivecidas
Com a bússula da transgressão
os astrolábios dos dias
e as palavras da poesia
Vou atando e desatando
o destino e a desdita
misturando os nós dos mares
com o anelo da paixão
e o alvoroço da vida
as dúvidas da harmonia
e a minha melancolia
Estranhezas, pág.20/21
A capa é giríssima, mas o título é horroroso. Lá dentro explica o título, mas de qualquer maneira, na minha opinião, podiam ter escolhido outro mais bonito.
É uma história para adolescentes, mas que se lê muito bem. O final não é previsível, talvez por isso, ganhe mais interesse.
Gostei de ler.
"Desejava poder voltar ao passado. E sabia que não o podia fazer. Nunca voltaríamos a estar os quatro juntos enquanto família, algo que eu antes considerara tão banal. Nunca: o frio da palavra fez-me gelar de tristeza.
Para todos aqueles que conhecemos, virá inevitavelmente um dia que marca uma linha divisória, além da qual não nos voltaremos a encontrar."
[...]
Porém, de que outra forma podemos viver? Nunca nos podemos preparar antes de acontecer o pior, e, depois de acontecer, não podemos fazer mais do que habituarmo-nos gradualmente à dor."
"Todos os Dias São Dias Bons", pág.170/171.
"- Abre os teus olhos. As nossas vidas são uma torrente de oportunidades perfeitas para descobrirmos que podemos desfrutar de cada dia, independentemente daquilo que ele possa trazer."
Idem, pág.193
Entre leituras e leituras, um livro acabado de chegar.
Este livro é muito interessante e muito completo. Partindo daqui dá possibilidade de criar e inventar o que se quiser. Para quem gosta, é um mundo!
Nunca fui grande fã da Maria Teresa Horta, mas também não me era antipática. Como nunca li nada dela, apenas um ou outro poema, um ou outro texto, que aparecia aqui ou ali, não tinha uma opinião sobre a escritora ou sobre a sua escrita.
Agora que li a biografia fiquei com alguma admiração pelo seu percurso, coragem e coerência, embora não partilhe das mesmas ideias.
Gostei bastante deste livro e para poder ter alguma ideia da sua escrita, comecei a ler as "Novas Cartas Portuguesas". Não posso dizer que estou a adorar...até à página 28 tem um pré-prefácio e um prefácio de Maria de Lurdes Pintasilgo, que já se torna um bocado aborrecido (tenho a terceira edição da Moraes Editores) e as cartas, vamos ver...não sei se me vou entusiasmar para o ler até ao fim, quando tenho tantos outros livros interessantes para ler.
Sei que é um livro de reconhecido valor, mas se calhar, para mim, já passou a idade de me entusiasmar a lê-lo...ou simplesmente nunca tive essa idade.
Se não conseguir avançar nesta leitura, não desisto de conhecer um pouco mais da obra de Maria Teresa Horta. Vou procurar outros livros e depois se verá. Até porque as Cartas têm três autoras e não se sabe quem escreveu o quê.
Depois de ler as memórias, agarrei-me aos livros. Creio que já tinha lido "Maria da Lua", mas foi há muitos anos, e voltei a lê-lo.
Os livros lêem-se bem, prendem e falam de heroínas fortes e nobres de carácter, de esperança, da busca da felicidade e alegria de viver... são livros positivos, mesmo quando contam histórias de vidas difíceis (do tempo em que foram escritos). Resisti a ir ler o final...detesto quando não consigo resistir; arrependo-me logo, de espreitar!
Fiquei fã da Fernanda de Castro.
Hei-de voltar às cartas, à poesia e a mais algum romance que apareça.
Por agora, vou ler a Biografia da Maria Teresa Horta, de Patrícia Reis.
Fica um link para um documentário muito interessante, sobre a Fernanda de Castro. Não consegui colocar aqui o video.
https://www.dailymotion.com/video/x2c4a7j
"Serei sempre justo para todos, porque ninguém precisa de favores mas de justiça."
Ao Fim da Memória,Memórias 1906-1939, Fernanda de Castro, pág.55 (referindo uma frase do pai)
Acabei de ler "Paula Rego, a Luz e a Sombra".
Cristina Carvalho escreve na primeira pessoa, colocando Paula Rego a contar a sua própria história. Achei um pouco estranho, porque penso que é preciso conhecer muito bem a personalidade em causa para escrever desta forma.
Por vezes conseguia imaginar Paula Rego a dizer, em voz alta, aquelas palavras e frases, no seu estilo inconfundível de falar.
Fiquei a conhecer alguns factos que desconhecia, sobre a vida da pintora, e pergunto-me se será tudo verdade (suponho que sim) ou apenas a autora a romancear?
"A Ericeira foi um dos locais onde Paula Rego passou muito tempo da sua infância e adolescência. Nesta localidade costeira, nos anos 50, a vida era rude, sobretudo para as mulheres. Cristina Carvalho, que há vários anos vive nesta zona e conhece o passado e o presente da vila piscatória e sua envolvência, procura recriar a vida da pintora neste ambiente."(Na contracapa)
É um livro interessante e fácil de ler.
Gostei muito.
A revista da Bertrand já está nas livrarias.
E a Somos livros para os mais novos, também.
Em ambas, muita informação sobre o 25 de Abril/50 anos do 25 de Abril e sugestão de livros/leituras relacionados/as.
As duas revistas são gratuitas.