O primeiro livro lido em 2015.
Gostei muito.
"Mathea Martinsen é uma idosa com «quase cem anos» que vive sozinha num pequeno apartamento num bairro sossegado da periferia de Oslo. Mathea nunca foi boa a lidar com as outras pessoas, exceptuando o seu marido Epsilon, para quem compunha rimas, baralhava cartas e tricotava dezenas de «tapa-orelhas» - três coisas em que era bastante boa. Agora que sente a morte a aproximar-se e receia não ter deixado nenhum traço de si própria no mundo, decide finalmente ultrapassar a sua fobia social. Porém, os seus heróicos esforços em socializar com vizinhos e pessoas desconhecidas nem sempre são bem-sucedidos. No fim de contas, a sua melhor companhia ainda são as recordações e as impressões do que a rodeia, um turbilhão de memórias e sentidos em que imagens do presente e do passado se confundem, oferecendo ao leitor uma brilhante história de amor em que a ironia e o sentido de humor se mesclam com a visão comovente da solidão do indivíduo que se aproxima do seu fim."
Retirado da contra-capa
"Só as pombas e os gatos nos procuram quando envelhecemos; as pessoas pensam que são os velhos que os procuram, mas não." (pág.28)
"Pergunto-me sobre o que acontecerá a todas as nossas coisas; serão provavelmente atiradas ao lixo e, juntamente com elas, todas as nossas recordações." (pág.38)
"Apesar de termos virado uma página, a dor não desapareceu, e, depois disso, mal passava um dia sem que o Epsilon não tivesse algum tipo de presente para mim na sua pasta quando voltava do trabalho." (pág.96)
"Não se pode ficar parado porque se entra em hibernação, e, antes de se dar por isso, a vida escapou-nos por entre os dedos." (pág.100)
"Mas, por vezes, tem de se dar sentido a coisas sem sentido." (pág.141)