sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Contraste


Labirinto

Eu ainda era noite
e já sonhava madrugadas
Eu era ainda inverno
e já sonhava primaveras
Eu ainda era botão
e já sonhava flores

Este todo o meu drama!

E se me perdi
porque de mim me parti
à procura de mais-além

de que vale então viver
Se indo com os outros me atraso
Se buscando ir mais além me perco!?

Ovídio Martins
Caminhar, pág.24
Colecção oferta do Jornal Sol


                                                                         
 
Myra Landau
 
 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ouvindo... Billie Holiday :)


                                                                             
 
Imagem de Billie Holiday retirada de Carta às minhas filhas de Barack Obama
Ilustrações de Loren Long
 
 
 
 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Marcadores - LXI


Colecção oferecida com os livros fac-similados 800 anos de Literaturas em Português.

                                                                          
 

 

 

 

 
 

Liberdade

 
"O homem livre é aquele que não tem escravos."
 
                                                      Jules Renard
 
 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Marcadores - LX


Mix...

                                                                      

 
 

domingo, 25 de janeiro de 2015

Entardecer

 
A tarde
diz ao dia:
- Boa noite!
 
 
 
O dia lega
à noite, em testamento,
a lua.
                                                                          



 
 
 
Haikai retirados de
Com as flores do Salgueiro
Albano Martins
 

sábado, 24 de janeiro de 2015

Parabéns, Ana


Um dia muito feliz!

                                                                             
 
 
A amizade não se busca, não se sonha, não se deseja; ela exerce-se (é uma virtude).
 
Simone Weil
 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Verdade ou mentira?...


                                                                               
 
 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Ouvindo...Gisela João

 
Vieste do fim do mundo...
 
                                                                             

Vieste do fim do mundo
num barco vagabundo
Vieste como quem
tinha que vir para contar
histórias e verdades
vontades e carinhos
promessas e mentiras de quem
de porto em porto amar se faz.

Vieste de repente
de olhar tão meigo e quente
bebeste a celebrar
a volta tua
tomaste-me em teus braços
em marinheiros laços
tocaste no meu corpo uma canção
que em vil magia me fez tua.

Subiste para o quarto
de andar tão mole e farto
de beijos e de rum
a noite ardeu
cobri-me em tatuagens
dissolvi-me em viagens
com pólvora e perdões tomaste
o meu navio que agora é teu.
 
 

domingo, 18 de janeiro de 2015

No silêncio...


Não peças palavras:
É voz o vento e o seu perdido rumo.
O silêncio quebrou-se entre mitos
onde quisemos apagar as nossas incertezas.
Silêncio para a dor para o amor e para a vida:
A boca renega o que a razão não dita.
Só no silêncio o coração murmura
e deslisa a vida para o que a alma quer.
Abre em grandeza o mais pequeno gesto
pagando dívidas de amor.
E escorre o mais pequeno gesto
para a grandeza em que o amor se tem.

E nasce na flor entreaberta
o pólen de todas as virtudes.
Só no silêncio o amor desperta
e abraça a dor como um destino
de resignado pranto.

Só no silêncio a vida se descobre.

Alexandre Dáskalos

                                                                                 
 

                                                                              

Bom domingo:)


O tempo frio (eu estou aqui à espera da neve, mas ela não chega!) convida a ficar em casa à lareira, a ler...

Bom domingo, com boas leituras!

                                                                                 
 
Da Art & Décoration nº437
 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

SEXTA-FEIRA!!! :)

Há dias difíceis.
Basta um ou dois alunos para estragar o trabalho de vinte.
Provocam, provocam, provocam até ao limite. Fico histérica, duvido das minhas capacidades de professora...porque é que não consigo ter esta gente pequena, toda sob controle?...

                                                                               

 

Há dias MESMO difíceis!

E quando estou completamente de rastos, sentindo-me a pior professora do mundo...

Vem uma vozinha que diz:
- Toma, professora, é para ti!...


                                                                        
 
 
 
E o sol volta a brilhar!
 
                                                                               
 
 
Há dias assim!
 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Descoberta


apêlo

O meu íntimo é uma catedral
que ninguém viu.

Dá-me a tua mão e vem.
Guiar-te-ei por ela.
A tua outra mão acenderá os círios
nos recantos escuros das naves sombrias
onde a luz que se filtra
pelos vitrais dos teus olhos
ainda não chegou.

Dá-me a tua mão e vem.
Todas as imagens do silêncio, paradas,
se libertarão no brilho
do seu verdadeiro fulgor.
Pan tocará de novo
pela flauta antiga.

E assim iremos,
erguidos do fundo de nós próprios,
com seiva de raiz à flor dos lábios,
correr a campina,
colher as flores.

Sejamos nós
como a primavera que se oferece...

Alexandre Dáskalos
Poesia, pág.20, edição gratuita do jornal Sol

                                                                                       
 
 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Uma história simples


É um livro juvenil.
É engraçado. E é curioso, como o autor se coloca na pele de Catherine, pois é ela que conta a história.
Mas giros, giros...são sempre os fabulosos desenhos de Sempé.
Foi a 2ª leitura do ano.
                                                                            
 
 

domingo, 11 de janeiro de 2015

Pequenos mundos


O primeiro livro lido em 2015.
Gostei muito.
 
                                                                               
 
 
"Mathea Martinsen é uma idosa com «quase cem anos» que vive sozinha num pequeno apartamento num bairro sossegado da periferia de Oslo. Mathea nunca foi boa a lidar com as outras pessoas, exceptuando o seu marido Epsilon, para quem compunha rimas, baralhava cartas e tricotava dezenas de «tapa-orelhas» - três coisas em que era bastante boa. Agora que sente a morte a aproximar-se e receia não ter deixado nenhum traço de si própria no mundo, decide finalmente ultrapassar a sua fobia social. Porém, os seus heróicos esforços em socializar com vizinhos e pessoas desconhecidas nem sempre são bem-sucedidos. No fim de contas, a sua melhor companhia ainda são as recordações e as impressões do que a rodeia, um turbilhão de memórias e sentidos em que imagens do presente e do passado se confundem, oferecendo ao leitor uma brilhante história de amor em que a ironia e o sentido de humor se mesclam com a visão comovente da solidão do indivíduo que se aproxima do seu fim."
 
Retirado da contra-capa
 
 
"Só as pombas e os gatos nos procuram quando envelhecemos; as pessoas pensam que são os velhos que os procuram, mas não." (pág.28)
 
"Pergunto-me sobre o que acontecerá a todas as nossas coisas; serão provavelmente atiradas ao lixo e, juntamente com elas, todas as nossas recordações." (pág.38)
 
"Apesar de termos virado uma página, a dor não desapareceu, e, depois disso, mal passava um dia sem que o Epsilon não tivesse algum tipo de presente para mim na sua pasta quando voltava do trabalho." (pág.96)
 
"Não se pode ficar parado porque se entra em hibernação, e, antes de se dar por isso, a vida escapou-nos por entre os dedos." (pág.100)
 
"Mas, por vezes, tem de se dar sentido a coisas sem sentido." (pág.141)
 
                                                                                     
 
 

sábado, 10 de janeiro de 2015

Fado Errado


Partida

Não conheço outra língua
Que não esta
Que hoje falo

Não sei de voz nenhuma
Que não esta recalcada
Que me perturba

Não conheço mais ninguém
Que não este
Que hoje parte

Não sei falar de coisa alguma
Se não desta partida
Esta desventura
Que me afronta

Não conheço coisa nenhuma
Não sei de ninguém
Nem conheço outro som
Que não este triste compasso
Dos meus passos
Seguindo os teus
Tu que hoje partes

Odete Costa Semedo, Entre o Ser e o Amar, pág.55


 
Maria da Fé
Fado Errado
 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Ouvindo...Adriana Calcanhoto



                                                                                     

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Diálogos


Com a poesia
Com a natureza
Com a vida

                                                                           













 

O constante diálogo

Há muitos diálogos

o diálogo com o ser amado
                        o semelhante
                        o diferente
                        o indiferente
                        o oposto
                        o adversário
                        o surdo-mudo
                        o possesso
                        o irracional
                        o vegetal
                        o mineral
                        o inominado

o diálogo contigo mesmo
                com a noite
                    os astros
                    os mortos
                    as ideias
                    o sonho
                    o passado
                    o futuro

Escolhe o teu diálogo
                                e
tua melhor palavra
                           ou
teu melhor silêncio


Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.


Carlos Drummond de Andrade
Pág. XVI/XVII de Seleta em prosa e Verso

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Feliz 2015!

Que seja um bom ano!