domingo, 31 de março de 2013
sábado, 30 de março de 2013
Oração
DESFAZ, SENHOR
Desfaz, Senhor esta vivaz angústia
que me comprime o coração dorido -
e nada mais Te rogo, no crepúsculo
que vai aproximando a noite à minha vida.
António Salvado, Na Sua Mão Direita, pág.13
Edições: Sirgo
The Light of the World, 1853
William Holman Hunt
sexta-feira, 29 de março de 2013
Tempo de Páscoa - II
IV
Feliz, Senhor, aquele que em ti crê,
pois nessa crença pode repousar
e olhar a vida sem temor ou medo,
fitar os outros como seus iguais,
podendo em Ti suavizar a sede
de mais-além, e a fome saciar
de um dia a Ti se unir - ultrapassadas
as mágoas deste mundo e os pesadelos.
Ele sabe, Senhor, que a sua entrega
à tua divindade é como prémio
à conseguida e permanente fé.
E saberá, Senhor, que não T'escondes:
que em cada instante o vês e que o encontras
convertendo-o n'aquilo que Tu és.
António Salvado, Na Sua Mão Direita, pág.44
Edições: Sirgo
quinta-feira, 28 de março de 2013
Depois da chuva!
Já lá vem o mês de Abril,
Deitando ao campo as flores,
Contadas passam de mil
Rosas de variadas cores.
Já os canteiros têm flores
Já chegou a Primavera: -
Meu amor, ainda aqui estou
E ainda sou quem era.
Popular
(Do livro Cantares de Todo o Ano, pág.68 )
Myra Landau
quarta-feira, 27 de março de 2013
A Caça
Fui ver A Caça.
O filme conta a história de um homem que trabalha num jardim infantil e que é injustamente acusado de abuso sexual. A sua vida fica completamente virada do avesso e todos se afastam excepto o filho e um amigo, padrinho do filho.
Acaba por ser provada a sua inocência e o homem volta à vida normal, aparentemente bem aceite por todos.
Mas a verdade é que a suspeita gerada pela mentira, nunca mais será totalmente removida...
Gostei muito do filme, que traz questões muito importantes sobre a verdade e a mentira, vistas do lado das crianças ou do lado dos adultos.
Faz-nos pensar...
terça-feira, 26 de março de 2013
Tempo de Páscoa - I
Quando Deus Fala
[...] Vai, era um dia de festa,
O Mestre deu uma ceia.
E, como sabia tudo,
Profetizou
Que um deles o entregaria,
E que outro o renegaria,
E que ele seria preso,
Injuriado,
Cuspido,
Despido,
Azorragado,
Arrastado pelas ruas,
E, por fim, crucificado.
Até que ao terceiro dia,
Reviveria
Pelos séculos dos séculos sem fim ressuscitado.
O que falando, partiu
Do seu pão e do seu vinho.
E disse:
«Eis o meu corpo: comei!
Eis o meu sangue: bebei!»
Todos comeram,
Beberam,
Sem o compreenderem bem.
E o Mestre baixou a cara...
E o homem que o entregara
Comeu e bebeu também. [...]
José Régio, Poesia I, pág.276/277
INCM
segunda-feira, 25 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
Caixinha de Worry-Dolls
A propósito de um marcador de livros, que vi no blogue Prosimetron...
E para não deturpar, numa tradução mal feita, fica mesmo em inglês:
Guatemalan Worry-Dolls
There is a legende amongst the highland indian village of Guatemala. If you have a problem, then share it with a Worry-doll. Before going to bed, tell one worry to each doll, then place them beneath your pillow. Whilst you sleep the dolls wil take your worries away.
sábado, 23 de março de 2013
Lamento
("If I Shouldn't be alive")
Se eu já não for viva
Quando os piscos voltem,
Hás-de dar comida
A uma gravata ruiva
Em minha memória.
Se eu não te agradecer,
Por meu sono infinito,
Pois fica a saber
Que o tentarão fazer
Meus lábios de granito.
Emily Dickinson, pág.62
oiro de vário tempo e lugar
Versões por
A. Herculano de Carvalho
Edições ASA
(Uma colectânea que veio da Lumière)
Portrait of Elizabeth Siddal
Dante Gabriel Rossetti
quinta-feira, 21 de março de 2013
Poesia e poetas...no dia da poesia!
Poetas
Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
Forbela Espanca
Poesia Completa, pág.19
Bertrand Editora
quarta-feira, 20 de março de 2013
Para saudar a Primavera neste 1º Dia da Felicidade
Felicidade
é sentir o sol no rosto, após um longo tempo de Inverno.
Felicidade
é ter uma lareira, para partilhar com amigos
Felicidade
é agarrar num livro que nos entusiasma e ir lê-lo para o melhor recanto
Felicidade
é contemplar o mar, todos os dias, ou após uma longa ausência
Felicidade
é apreciar a beleza, na natureza, na arte, nas pessoas
Felicidade
é ter ao lado as pessoas que amamos e no coração as que já partiram
Felicidade
é ter dentro a paz, que nos permite caminhar tranquilamente na vida
Felicidade
é ter um tecto, comida, saúde
Felicidade
é ter capacidade para rir à gargalhada
Felicidade
é saber continuar a sonhar
Felicidade
é ver nas estrelas o olhar de Deus
Felicidade
é tanto
e tão pouco...
Foto R.
Felicidade
é saber aceitar o que não podemos mudar.
terça-feira, 19 de março de 2013
sábado, 16 de março de 2013
Harmonia
(Retirei a frase de um mail que recebi e acompanhava uma foto da mesma escultura.
Parque da Paz, Nagasaki )
"O Mundo será um Parque da Paz
quando a Humanidade entrar num baile fraterno."
Foto retirada da net
Canção Mínima
No Mistério Sem-Fim,
equilibra-se um planêta.
E, no planêta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta,
e, sôbre ela, o dia inteiro,
entre o planêta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta.
Cecília Meireles
Obra Poética, pág.194
Aguilar Editôra
A Dança
Matisse
sexta-feira, 15 de março de 2013
quarta-feira, 13 de março de 2013
Enigmas...
Que Sei Eu?
Que sei eu daquele caminho
onde o olhar não decifra?
Que sei eu da água escura
tornada espelho da vida?
Que sei eu deste silêncio
quando é bandeira de luto?
Que sei eu da lua grande
sem coração que a habite?
Feliz o passo encetado
neste esplendor do agir
sem pensar muito no caso
dum louco que quis saber
dum cego que quis fugir
para um astro iluminado.
Feliz o passo acertado
pelas certezas bem juntas
a um dia ensolarado
sem a névoa das perguntas.
João Rui de Sousa, Lavra e Pousio, pág. 44
Dom Quixote
sábado, 9 de março de 2013
O Feiticeiro de Oz
Comprei-o ontem.
Vi-o há tantos anos...
sexta-feira, 8 de março de 2013
Neste dia da Mulher...
Não há nada que te faça sentir inferior
sem o teu consentimento.
Eleonore Roosevelt
Elvira com o gato
Sunyer
quinta-feira, 7 de março de 2013
terça-feira, 5 de março de 2013
Obrigada!
Recebi este prémio de dois Blogues que visito diariamente e de que gosto muito.
As suas autoras, são duas pessoas extraordinárias, que admiro e com as quais tenho aprendido tanto!
O blogue não é só um passatempo, é uma forma de dialogar com pessoas que gostam do mesmo que eu: livros, pintura, fotografia...e de aprender com elas. É por esse motivo que ofereço simbolicamente este prémio aos blogues que visito diariamente e aos que diariamente me visitam.
Obrigada a todos.
Obrigada em especial a duas amigas queridas que tiveram para comigo este gesto simpático.
A Maria João do blogue Falcão de Jade http://falcaodejade.blogspot.pt/ e
domingo, 3 de março de 2013
Desconcerto
Ao Desconcerto do Mundo
Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim
Anda o mundo concertado.
Luís de Camões
Retrato de Mulher
Santiago Rusiñol
sábado, 2 de março de 2013
Recordações (II)
O ECO
Ah, se me lembro bem daqueles dias
tão doces de passar!
E do sino, tocando Ave-Marias,
e do cheiro das flores do pomar...
Havia ao longe um eco, a que eu falava
em todo o ardor do meu ingénuo afã;
e a quanto eu perguntava,
como era a minha Esperança que escutava,
o eco respondia-me: -
- amanhã...
Há tempos, (e em que tarde encantadora!)
voltei de novo à quinta de meus pais:
Fui ao eco falar, como ia outrora...
- Mas que saudade agora!... -
E o eco respondeu-me:
- nunca mais...
Branca de Gonta Colaço
Retirado da
Antologia da Poesia Feminina Portuguesa, pág.152
António Salvado
Edições JF
Recordações (I)
Bom domingo
Com os Creedence Clearwater Revival e Long as I Can See The Light
sexta-feira, 1 de março de 2013
Por estes campos sem fim
Por estes campos sem fim,
onde a vista assi se estende,
que verei, triste de mim,
pois ver-vos se me defende?
Todos estes campos cheos
são de saudade e pesar,
que vem pera me matar
debaixo de céus alheos.
Em terra estranha e em ar,
mal sem meo e mal sem fim,
dor que ninguem não entende,
até quam longe se estende
o vosso poder em mim!
Francisco de Sá de Miranda
Os Grandes Escritores do Renascimento, pág.126
Feliciano Ramos e Luís A. de Oliveira
Livraria Cruz
Braga
(Adquirido na Lumière)
onde a vista assi se estende,
que verei, triste de mim,
pois ver-vos se me defende?
Todos estes campos cheos
são de saudade e pesar,
que vem pera me matar
debaixo de céus alheos.
Em terra estranha e em ar,
mal sem meo e mal sem fim,
dor que ninguem não entende,
até quam longe se estende
o vosso poder em mim!
Francisco de Sá de Miranda
Os Grandes Escritores do Renascimento, pág.126
Feliciano Ramos e Luís A. de Oliveira
Livraria Cruz
Braga
(Adquirido na Lumière)
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