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Que foi feito de nós
Ah Clara nada invejes
todos mais ou menos
ficamos tolerados
e aguardando
receando como tu
o desemprego e a velhice
vendo
crescer
os nossos filhos sem sorrir
antónio reis, poemas quotidianos, pág.24
Paysagem - Figura Negra
Amadeo de Souza-Cardoso
Ainda bem que já lhe chegou às mãos..:-)
ResponderEliminarE espero que aconteça algum prazer da leitura.
Bom fim-de-semana!
Fui ao seu blogue certificar-me que foi o APS que o recomendou. Já não estava certa:)
EliminarChegou ontem. À primeira vista (leitura) parece-me um livro muito triste. Ainda li pouco, mas gosto do que li.
Também já encomendei "Barranco de Cegos". O meu problema é que compro, compro, mas leio pouco. O meu tempo anda muito desorganizado. Li um pouco mais nas férias, mas agora começam as aulas...
Muito obrigada pelas sugestões:)
Um bom fim-de-semana:)
Eu não aconselharia ninguém a ler Poesia portuguesa sob a perspectiva dicotómica: Tristeza/Alegria. Grande parte da nossa poética é, realmente, melancólica. Repare no "Alma minha gentil, que te partiste..." (Camões), "...E tudo o mais renova, isto é sem cura." (Sá de Miranda), "Chorai arcadas do violoncelo..." (Camilo Pessanha), etc.,etc... Fogem a este pano de fundo, alguns dos nossos poetas satíricos (Tolentino, O'Neill...).
EliminarE, tirando uma boa parte dos poemas de Eugénio de Andrade, que falam da plenitude do amor e de uma alegria solar, a poesia portuguesa poderá ser melancólica (não usaria "tristeza"), mas não deixa de ter beleza e, muita dela, nos acompanhar
o estado de espírito nas suas próprias e naturais evoluções. António Reis não foge à regra.
Vai longo o testamento...
Bom fim-de-semana!
É a minha ignorância que me faz usar as palavras erradas, mas ao ler os poucos poemas, que ainda li, sinto uma tristeza...como se a vida fosse só assim. Aí, já se percebe que foi escrita (apesar da actualidade que ainda tem) numa época mais dura.
EliminarMas preciso ler mais.
Agradeço-lhe imenso o seu comentário, que me obriga a pensar. Muito obrigada.
:))))
De facto... um cenário, que parece inevitável, aos olhos de muitos portugueses... com a precariedade laboral, que vai havendo... um cenário, que cada vez se torna mais em paisagem, mesmo!...
ResponderEliminarUm poema que não conhecia... e gostei imenso da pintura, que o acompanha...
Beijinhos, Isabel! Bom fim de semana!
Ana
A blogosfera tem isto de bom: vamos aprendendo, com os blogues que valem a pena. Este autor que não conhecia, vi-o no Blogue Arpose. António Reis nasceu em 1927 e estes poemas são de 1957, mas mantêm-se actuais.
EliminarMuito obrigada, Ana. Desejo-lhe também um bom fim-de-semana:)
A maioria da Poesia ( reporto-me à portuguesa ) é melancólica e, por isso, um tanto triste.
ResponderEliminarE a percentagem dos desamores é notória.
O Amadeo foi uma escolha magnífica, Isabel !
Lá vai ela triste e só...
Um beijo muito amigo.
Pois é...
EliminarMuito obrigada por apreciar a escolha da pintura. Foi um postal que recebi de uma amiga e achei que ficava bem com o poema.
Beijinhos. Suponho que já está novamente em casa, no seu amado Porto:) Quem sabe, a fazer extraordinárias fotografias dos aviões do Red Bull Air Race!!
Penso que o poema é realista na perspectiva que apresenta sobre a velhice que aguarda todos nós se, por sorte, lá chegamos. Os velhos têm demasiada falência para poderem ser felizes, mas podem ser velhos serenos e pacificados com a vida. Porque, embora todos digam que é um tempo de viver com mais calma e talvez maior intensidade interior - o que também é verdade - é, sobretudo, o tempo de nos irmos despojando do apego ao mundo; de cultivarmos e fruirmos o possível; porque o possível de hoje pode não o ser amanhã. Nesta última fase de viver, as perdas são irreversíveis. A velhice é ainda vida, mas é também a morte a criar o seu espaço, a fazer-se notar querendo tornar-se natural, digamos; a ser a nossa morte e não a dos outros. Talvez, pela brevidade temporal que lhe subjaz, a vida embeleze.
ResponderEliminarAmadeo é o meu génio português na pintura.
BFS
Falamos da velhice, sem sabermos o que nos espera.
EliminarHá velhinhos tranquilos e outros cujo desassossego não os deixa ser felizes.
Gostava de conseguir ser uma velhinha (se lá chegar) em paz com a vida. Não lamentar o que fiz ou o que deixei por fazer. Às vezes penso nisso.
Enfim, lá chegaremos.
Gostei muito do seu comentário. Obrigada:)
Bom fim-de-semana:)
O poema é bonito, embora, sim, melancólico. A realidade não é igual para todos e há, ainda, velhices felizes!
ResponderEliminarbeijinho
A velhice é um tempo difícil...mas acredito que pode haver velhices felizes.
EliminarGostei muito de ler este poeta.
Beijinhos:)