Canção de Outono
No entardecer da terra
O sopro do longo outono
Amareleceu o chão.
Um vago vento erra,
Como um sonho mau num sono,
Na lívida solidão.
Soergue as folhas, e pousa
As folhas, e volve, e revolve,
E esvai-se inda outra vez.
Mas a folha não repousa,
E o vento lívido volve
E expira na lividez.
Eu já não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E até do que hoje sou
Amanhã direi, Quem dera
Volver a sê-lo!... Mais frio
O vento vago voltou.
Fernando Pessoa
Pág.15, Vol. 2, Obra Essencial de Fernando Pessoa
Tão demoledor às vezes Pessoa! Feliz outono para ti. Beijinho
ResponderEliminarMuito obrigada, Maria:)
EliminarE para ti também!
Beijinhos :)
E há um " ENTENDIDO " que diz que Pessoa não era POETA !
ResponderEliminarUm beijo, Isabel.
Então segundo esse ENTENDIDO (que não sei quem é, mas fico curiosa...) o que é que ele era?!
EliminarUm beijinho:)
Metendo o bedelho... um triste?... ;-P
EliminarPois...
Eliminar:)
Belos, poema e imagem.
ResponderEliminarBoa semana, Isabel. :) Bj
Muito obrigada...duplamente!
EliminarUma boa semana também para ti:)
Um duo perfeito - o poema e a sua foto.
ResponderEliminarUm beijinho
Muito obrigada, Miss Smile:) a foto tirei-a hoje, que ainda não tinha tirado nenhuma com cheiro de Outono...
EliminarBeijinhos:)
Boa semana!
ResponderEliminarMuito obrigada, MR:)
EliminarIgualmente para si:)
Um post maravilhoso, Isabel!
ResponderEliminarE às vezes, é preciso morrer por dentro... para nascer de novo!
Acho que Pessoa, deverá ter seguido muito este processo... quando criava cada novo heterónimo...
Beijinhos! Boa semana... que o Outono esteja lá fora... e que nós saibamos trazer a Primavera... cá por dentro!
Ana
Muito obrigada, Ana:)
EliminarBonitas palavras as suas! Pois que assim seja:)
Beijinhos:)
Olá!!!! Aqui estou de volta e com o problema do anti-vírus (do Manuel) resolvido!
ResponderEliminarEste Pessoa diz coisas bonitas... E terríveis!
"Eu já não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E até do que hoje sou
Amanhã direi, Quem dera
Volver a sê-lo!... Mais frio
O vento vago voltou."
E eu digo :
eu sou quem era...
mas o frio o vento vago soltou, sim...
Beijinhos
Ainda bem que o problema já está resolvido, pois já sentia a sua falta e dos seus post:)
EliminarO Fernando Pessoa consegue colocar em palavras muito do que sentimos, mas não sabemos dizer (eu sinto assim).
É muito bonito este poema!
Voltou o Outono, ainda tímido, mas já se faz anunciar!
Um beijinho:)
Isabel, ainda não seguiu hoje o postal prometido: não culpa minha que tentei, mas destes sítios onde não há marcos do correio! Nem caixas do correio, nem nada!
ResponderEliminarSegue amanhã...
Por acaso, já reparei nisso: antigamente viam-se mais marcos e caixas de correio; hoje em dia vêem-se muito menos. Devem tê-los tirado de alguns locais, vá-se lá saber porquê!
EliminarMas não faz mal, que ele há-de chegar... :)
Um beijinho e uma boa noite:)
Um Pessoa outonal em pessoa
ResponderEliminarO vento teimoso não perdoa
na flagelação do verde até que doa
Será assim que o Pessoa sentiu Fernando.
Talvez...
EliminarMas gostei dos seus versos...
Um beijinho:)