quinta-feira, 26 de abril de 2018

Amor, Única Chama

Amor, Única Chama, é o título da exposição na Casa Amarela - Galeria Municipal (Antigos CTT) em Castelo Branco, com obras de Francisco Simões.


     « No contexto das comemorações dos 500 anos da morte do histórico poeta da cidade, uma referência do lirismo nacional, João Roiz de Castelo Branco , a Câmara Municipal da Cidade que lhe deu o nome vai apresentar uma grande exposição com o título: Amor, Única Chama, comissariada pela crítica de arte (A.I.C.A), Maria João Fernandes, de esculturas, desenhos e cerâmicas do artista e um dos nomes maiores da escultura contemporânea em Portugal, Francisco Simões.

     A exposição cujo tema é o Amor e a celebração da mulher dá continuidade ao diálogo com a poesia característico da obra de Francisco Simões [...]

     Reunindo algumas dezenas de obras a mostra dá forma ao arquétipo do feminino intemporal, síntese de uma beleza cósmica e divina e em correspondência com a poesia reunida no livro igualmente de homenagem a João Roiz de Castelo Branco, a antologia inédita prefaciada por Guilherme de Oliveira Martins e com capa e desenhos de Francisco Simões: Cem poemas (de Morrer) de Amor e uma Cantiga Partindo-se, da autoria de Gonçalo Salvado e de Maria João Fernandes.
[...] »

(Retirado do desdobrável da exposição, que pode ser visitada até 1 de Julho)

                                                                                    



                    Capa do livro                                     






Uma Paixão

Ainda existe, cruel, ainda em meu peito
se nutre da paixão o fogo ativo;
ainda contra o teu gosto por ti vivo,
fazendo o sacrifício mais perfeito.

Ainda te adoro, ainda te respeito, 
vendo em ti de meus males o motivo;
porém o coração de amor cativo,
no cativeiro vive satisfeito.

Se às vezes contra ti queixumes solto,
do que fiz insensata então me admiro
e aos meus antigos sentimentos volto.

Só por ti vivo, só por ti respiro:
sairá com a minh'alma, em pranto envolto,
teu nome unido ao último suspiro.

Catarina Lencastre (1749-1824), Viscondessa de Balsemão
pág.98








20 comentários:

  1. No terreiro fronteiro ao Centro Português de Fotografia há uma peça escultórica do João Simões a cujo acto inaugural fui convidado.
    Não calhou ainda de a fotografar, Isabel...
    Os desenhos que aqui mostras são muito do meu gosto ( o mesmo não direi do escolhido para a capa desse desdobrável ).

    Um beijo e obrigado por me dares a conhecer a razão do nome da tua querida cidade.

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  2. O João fala em João Simões, mas esta exposição é de Francisco Simões...não sei se será o mesmo escultor.

    Gostei muito das obras que vi na exposição.

    Esta capa é do livro de poemas e não do desdobrável (já acrescentei).

    Há-de então fotografar a peça escultórica que conhece. Eu hei-de voltar à exposição e tirar umas fotos.

    Um beijinho e continuação de boa semana:)

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  3. ...o poeta é que tem o nome da cidade!

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  4. Deve ser um bom livro. Gosto sobretudo de "e uma cantiga partindo-se". Francisco Simões é um bom escultor. Parabéns à Câmara Municipal de Castelo Branco. E aos poetas que por aí andam e respiram.

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    1. É muito bom! É uma antologia de poemas em língua portuguesa, do séc. XIII ao sec. XXI e Uma Cantiga Partindo-se é o poema de João Roiz de Castelo Branco, conhecido por Partem tão Tristes. O livro é uma homenagem ao poeta João Roiz de Castelo Branco e tem alguns desenhos de Francisco Simões.
      Quando o comprei (em primeiro lugar por causa do autor) não sabia ainda da preciosidade que este livro é.

      Bom fim-de-semana, Bea:)

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  5. Um pequeno aditamento meu, Isabel:
    o exacto título deste enorme poema da língua portuguesa, seleccionado por Garcia de Resende, no seu Cancioneiro Geral (1516), é (em português actualizado): "Cantiga sua partindo-se".
    Já agora, esclareço que o "Roiz" era a forma coeva do apelido que hoje tem como equivalente: Rodrigues.
    No Cancioneiro Geral, curiosamente e pelo menos, há mais um poeta albicastrense,de nome: Rui Gonçalves de Castelo Branco.
    Um bom fim-de-semana.

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    1. Muito obrigada pelas suas informações. O livro traz essa nota em relação ao nome e traz também a reprodução fac-similada do poema, retirado da primeira edição do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende de 1516.

      Muito obrigada e desejo-lhe também um bom domingo:)

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  6. Gostei de ouvir o fado e espero reportagem da expo.
    Bom fim de semana!

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    1. Também achei bonito.

      Vou tentar voltar à exposição esta semana. No dia em que fui não levei a máquina fotográfica. Gostei de quase todas as obras.

      Obrigada e um bom domingo também para a MR:)

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  7. Isabel, o que eu aprendi aqui contigo...
    O título do livro é fantástico! Vou procurar, para saber como é mesmo "morrer de amor".
    Beijo e bom fim-de-semana.

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    1. :)))

      Se não encontrares o livro diz, que arranjo-to aqui.

      Beijinhos e boa semana:)

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  8. Confesso que não conheço a obra de Francisco Simões, Isabel, e gostei do que mostras no post. Será, se eu tiver oportunidade disso, uma boa razão para ir até Castelo Branco!
    Boa semana

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    1. Gostei muito das obras expostas. Gostei praticamente de tudo.

      Se vier até cá diga-me, para nos encontrarmos. Eu gostava.

      Beijinhos e boa semana:)

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  9. Isabel,
    Também já vi esta exposição. Gostei imenso dos trabalhos expostos de Francisco Simões.
    Será que fomos no mesmo dia?! Com sorte até à mesma hora...:))
    Beijinhos.:))

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    1. Ah!Ah!Ah! Olha!...Pois foi!!!

      Ainda lá hei-de voltar para tirar umas fotos e colocar aqui.

      Beijinhos e um bom feriado:) Descanse:)

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  10. Este "Partindo-se" continua a ser um dos meus poemas favoritos, no conjunto de toda a poesia que conheço. :)

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    1. É um poema muito bonito.
      Vou mandar-te um livro. Presente de aniversário atrasado:(

      Beijinhos e boa semana:)

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  11. Livro e... exposição bem interessantes, Isabel!...
    E pelo comentário anterior... talvez consiga visitá-la, através dos seus olhares... :-D
    Beijinho! Continuação de uma óptima semana!
    Ana

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    1. Sim, vou voltar lá para tirar umas fotos. Se ficarem bem, coloco aqui.

      Beijinhos e continuação de boa semana:)

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  12. Tenho uma memória divina da minha professora de Português do 11º ano a ler o poema que a seguir amnalisámos de João Roiz de Castelo Branco "Senhora partem tão tristes meus olhos por vós meu bem / que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém..."
    Ele leu o poema e declamou-o de uma forma tão sentida que eu nunca mais esqueci tal momento e hoje sei o poema de cor.
    Punha a alma no que fazia aquela professora!
    Beijinho, Isabel

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