quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Camilo Pessanha

Floriram Por Engano as Rosas Bravas


Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze - quanta flor! - do céu,
Sobre nós dois, sobre nossos cabelos?






4 comentários:

  1. Adoro a Primavera de Vivaldi!

    O poema é lindo, lindo. Gosto muito de Camilo Pessanha!
    Obrigada, um beijinho GRande! :))

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  2. Também gosto muito, tanto da música, que é fácil de ouvir, como do poema.
    Fico contente que tenhas gostado, Ana.
    Um beijinho grande

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  3. Um belíssimo soneto de um grande poeta, um estupendo trecho de um admirável músico. Obrigado, Isabel!

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  4. Já somos três a gostar...

    Eu é que agradeço, a sua visita, e fico feliz que tenha gostado.
    Um abraço

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