o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
Retirado de A Criança em Ruínas, José Luís Peixoto, pág.13
edições quasi
Gaspar David Friedrich, Mulher à janela
Tenho saudades do tempo, em que éramos 5.
ResponderEliminarMas acho que deixámos há muito de ser 5.
Um beijnho
Blue
"Cada pessoa que passa na nossa vida, passa sozinha, porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra" - Charlie Chaplin
ResponderEliminarSabes Blue, como diz Luís Peixoto, nunca deixamos de ser aquele número, enquanto um de nós estiver vivo.
Um beijinho
Tão bonito e triste ao mesmo tempo...
ResponderEliminarMas faz todo o sentido. Aqueles que amamos estão sempre presentes nas n/ vidas. Quer já tenham morrido ou apenas estejam longe geograficamente!!
Desconhecia.
Cumprimentos,
Cláudia
Boa tarde Cláudia
ResponderEliminartambém penso que sim, e embora nos custe a partida e a distância, as pessoas estão presentes e no coração.
Eu gosto do José Luís Peixoto
Um beijinho e obrigada pela visita