sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Para sempre

    " É o teu rosto que encontro. Contra nós, cresce a manhã, o dia, cresce uma luz fina. Olho-te nos olhos. Sim, quero que saibas, não te posso esconder, ainda há uma luz fina sobre tudo isto. Tudo se resume a esta luz, fina a recordar-me todo o silêncio desse silêncio que calaste. Pai. Quero que saibas, cresce uma luz fina sobre mim que sou sombra, luz fina a recortar-me de mim, ténue, sombra apenas. Não te posso esconder, depois de ti, ainda há tudo isto, toda esta sombra e o silêncio e a luz fina que agora és."

Retirado de morreste-me, José Luís Peixoto, pág.15
Temas e Debates




Retirada da Net



"A morte nada é.
Eu apenas estou do outro lado.
Eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chama-me como sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom da tua voz,
Nem faças um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,
Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi;
Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O 'fio' não foi cortado.
Porque é que eu estando longe do teu olhar,
Estaria longe do teu pensamento?
Espero-te, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem."


Henry Scott Holland

                                                                               

10 comentários:

  1. Boa tarde Mar Arável
    Há uma ausência que às vezes custa, mas quase sempre parece apenas que as pessoas só estão longe, não é?
    Um beijo e obrigada pela sua visita

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  2. O tema das ausências, sempre tão dolorosas, obsessiona José Luis Peixoto, que estou convencida que "ficará" na literatura portuguesa, e que ainda tem muito que dizer,(e também que evoluir, creio).
    Beijinhos

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  3. Olá Maria
    este livro ele escreveu-o por causa do pai, cuja morte foi para ele muito dolorosa.
    Gostei daquilo que já li do José Luís Peixoto.
    Um beijinho e bom fínde.

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  4. O "Morreste-me" foi das experiências literárias mais recentes que não esquecerei. Tocou-me profundamente!...
    Oa recursos técnico-expressivos de José Luís Peixoto são por demais cativantes para o leitor.

    Muito bom também o poema de Henry Scott Holland

    Um beijo

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  5. Boa noite Lígia
    também gostei muito. Há coisas nele que senti como minhas.
    Gosto do JLPeixoto.
    O poema também o acho muito verdadeiro.

    Um beijinho

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  6. Ameei esse cantinho, voltarei sempre!

    Esepero sua visita iluminada no Crônicas:

    http://cronicasrapidas.blogspot.com/

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  7. a escrita de JL Peixoto é triste como a escuridão, real como a noite.

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  8. Olá Sâmy
    muito obrigada pelas palavras e pela visita.
    Já vou espreitar o seu Crônicas.
    Um beijinho

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  9. ...e bela como...as cores do Outono.

    Olá Manuel
    gostei muito de te ver aqui. Obrigada pela visita.
    Um bom fim-de-semana

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