Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca, Poesia Completa, pág.180
Bertrand Editora
Maria Madalena com a Lamparina,
Georges de La Tour,
Museu do Louvre
É uma forma belíssima de descrever uma depressão de cavalo....
ResponderEliminarO quadro também é muito sugerente.
Bom finde, beijos
Tens sempre uma maneira engraçada de dizer as coisas, Maria.
ResponderEliminarO quadro perdeu muito em relação ao livro de onde o tirei. E mesmo assim continua lindo. Visto ao vivo deve ser uma maravilha.
Quando for rica vou vê-lo a Paris!(Este e outros)
Um beijinho grande e bom finde
Isabel,
ResponderEliminarÉ tão bom ver a expressão rasgada e um cotidiano tão franco como ela tanta vezes o descreveu.
O quadro é maravilhoso e a propósito, quando for rica não vai aproveitar Paris, as belas coisas que lá tem, precisam de pernas pra andar...vc vai amar.
bjs grandes
Tão bela! E a imagem é mesmo outra maravilha!TENS que ir mesmo a Paris! Não é preciso ser rica! Tem é que se querer "viajar"...
ResponderEliminarbeijinhos
Não precisas de ser rica para ir a Paris, Isabel, há umas viagens baratíssimas, hoje só não viaja quem não quer.
ResponderEliminarAmigas da Cozinha, Maria João e Maria
ResponderEliminarjá vi que estão todas de acordo!
Sendo assim, não perco a esperança: quando menos esperar VOU A PARIS!
Por acaso não tenho grande fascínio pelas viagens, mas dos poucos locais que gostaria de conhecer e de andar pelas ruas, "ver" mesmo a cidade por dentro, Paris é um deles.
Um beijinho grande para as minhas amigas e muito obrigada por virem até aqui
Gostei imenso deste poema da Florbela Espanca, que não conhecia, mas que traduz bem a angústia da passagem dos anos, e o declínio da vida.
ResponderEliminarQuanto ao óleo, sem ser rica, mas com um vício terrível de viajar, já tive o privilégio de o ver ao vivo e a cores. É muito bonito e tem uma luz fantástica. Vi também outro, do mesmo George de La Tour, sob o mesmo tema, no Met, em NY, chamado, salvo erro, Madeleine Aux deux Flames, que ainda tem uma luz mais gira, sobretudo na blusa da Maria Madalena.
Tenha um bom fim de semana.
Beijinho
Tita
A gente te empresta um vurdon.
ResponderEliminarbjs grande
Olá Tita
ResponderEliminarfico com inveja dessas suas viagens. O quadro é muito bonito, e mesmo só do livro para aqui, perdeu-se precisamente essa luz e principalmente o olhar ausente, pensativo, da figura.
A Florbela Espanca adoro.
Um beijinho e um bom fim-de-semana também para si
Obrigada amigas
ResponderEliminarConto então com ele.Vai ser uma bela viagem!
Já achei aquele do livro de decoração. É tão bonito. Vou ver se consigo digitalizar as imagens para aqui para verem.
5 beijinhos grandes