" Sabem como fiquei louco?
Há muito tempo, muito antes de terem nascido os deuses, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas.
As sete máscaras que tinha fabricado meticulosamente tinham desaparecido.
Sem nenhuma máscara saí para a rua cheia de gente a gritar: "Ladrões! Malditos ladrões!"
Todos se riram de mim, mas alguns fugiram e fecharam-se em casa com medo.
Quando cheguei à praça principal uma criança que estava sobre o telhado de uma casa gritou: "Olhem, é um louco!"
Voltei a cabeça para o ver e pela primeira vez o sol encontrou o meu rosto sem máscara.
O sol iluminou ao mesmo tempo o meu rosto e a minha alma.
A partir desse dia nunca mais usei máscara, e agora agradeço todos os dias ao ladrão que me a roubou.
Agora que já sabem como me tornei num louco, posso confessar-lhes que encontrei muita liberdade e segurança na minha loucura.
A liberdade da solidão e a segurança de nunca ser compreendido ( aqueles que nos compreendem fazem de nós escravos). (...)"
Retirado de O Louco, Khalil Gibran, pág.7
Padrões Culturais Editora
Munch, Melancolia
Óleo sobre tela
Uma excelente perspectiva sobre a loucura. Afinal ser louco é ser diferente. Neste caso é ser autêntico, mas essa autenticidade tem um preço - a marginalização.
ResponderEliminarUm beijo
Ser diferente custa o preço da marginalização, porque a diferença assusta. O desconhecido assusta.
ResponderEliminarUm beijo
Sempre me curvei a ele. Simples e real. Al Mustafat. Maravilhoso ter me feito lembrar dele, ele que dança tão bem e que retira as referencias seguras dos que chamam de "normal" as prisões e de "loucos" os livres.
ResponderEliminarbjs meus
Gostei muito Isabel. Não conhecia. Um louco não usa máscaras e isso tem um preço!
ResponderEliminarLoucura é o melhor estádio de todos... é estranho o que estou a dizer.
Beijinhos. :)
Estranho e engraçado! Gostei!
ResponderEliminarUm beijo
Bom dia amigas
ResponderEliminarainda bem que recordararam e gostaram.
"normal" as prisões e "loucos" os livres, é muitas vezes a verdade.
5 beijinhos
Olá Ana
ResponderEliminarnão é estranho o que dizes. Esse estádio é o melhor de todos, porque não esperamos nada de ninguém, e ninguém espera nada de nós. É a liberdade completa.
Mas é melhor ter algumas prisões...é preciso é não deixarmos que sejam demasiadas.
Um beijinho
Bom dia Maria João
ResponderEliminartodo o livrinho (que é pequeno) é estranho, mas é interessante.Deixa-nos a pensar...
Um beijinho grande e que tenha um dia tranquilo
Leste O Profeta? ( Suponho que está traduzido ao portugués, é toda uma visão da vida).
ResponderEliminarEra uma pessoa muito atormentada. Aqui fala da liberdade da solidão, quando afinal não pode passar sem os outros para sentir-se ele completamente. Penso!(...logo existo, menos mal).
Beijinhos
Quando assumimos a loucura saudável dos pássaros
ResponderEliminarsomos mais livres que o voo
Olá Maria
ResponderEliminarli O Profeta. Há bastante tempo. Fui buscá-lo e vou colocar logo um post com um texto dele.
Devia ser mesmo uma pessoa atormentada, para escrever assim.
Ninguém pode passar sem os outros, e portanto são mesmo precisas algumas prisões.
Se pensas...( e logo existes, menos mal), já não estás mal...
Um beijinho grande
Boa noite Mar Arável
ResponderEliminare quem saberá fazê-lo...(conscientemente)?
A composição desta tela é extremamente fiel ao título, curvas descendentes, todas.... desde o céu... cores frias e predominancia do quase preto mórbido....muita melancolia e tristeza... não é a toa que é uma obra de arte e se vê a diferença... Edvard Munch ....
ResponderEliminarMuito interessante tudo o que diz sobre a tela.
ResponderEliminarQuem sabe, sabe.
Obrigada. Gosto de aprender.
Um abraço