Li o livro e vi o filme.
Ambos deliciosos, do que me lembro, ternos e com algum humor à mistura.
"O telegrafista Cosme tinha dois princípios. O socialismo, a favor do qual arengava aos seus subordinados, de modo supérfluo aliás, porque todos eram simpatizantes ou activistas, e o uso do boné dos correios dentro do posto. Ainda podia tolerar a Mario essa emaranhada cabeleira que superava com raízes proletárias o corte dos Beatles, as blue jeans infectadas pelas manchas de óleo da corrente da bicicleta, o colete descolorido de jornaleiro, o seu hábito de investigar as narinas com o dedo mindinho; mas fervia-lhe o sangue quando o via chegar sem o boné."
(retirado de O Carteiro de Pablo Neruda, pág.37, de Antonio Skármeta, numa edição do Círculo de Leitores )
"O telegrafista Cosme tinha dois princípios. O socialismo, a favor do qual arengava aos seus subordinados, de modo supérfluo aliás, porque todos eram simpatizantes ou activistas, e o uso do boné dos correios dentro do posto. Ainda podia tolerar a Mario essa emaranhada cabeleira que superava com raízes proletárias o corte dos Beatles, as blue jeans infectadas pelas manchas de óleo da corrente da bicicleta, o colete descolorido de jornaleiro, o seu hábito de investigar as narinas com o dedo mindinho; mas fervia-lhe o sangue quando o via chegar sem o boné."
(retirado de O Carteiro de Pablo Neruda, pág.37, de Antonio Skármeta, numa edição do Círculo de Leitores )
Pablo Neruda poderia, talvez, quem sabe, dar este poema a Mario, para ele oferecer à sua amada Beatrice...
Ausência
Ainda há pouco te deixei,
e vais comigo, cristalina
ou trémula,
ou inquieta, ferida por mim mesmo
ou de amor, como quando os teus olhos
se fecham sobre o dom da vida
que sem descanso te entrego.
Meu amor,
encontrámo-nos
sedentos e bebemos
toda a água e sangue,
encontrámo-nos
com fome
e mordemo-nos
como morde o fogo,
deixando-nos feridos.
Mas espera por mim,
guarda-me a tua doçura.
Dar-te-ei também
uma rosa.
Poemas de amor de Pablo Neruda, pág.35
D.Quixote
Sim, Isabel, é uma história deliciosa, e totalmente certa. Foi levada ao cinema pelo italiano Michael Radford, e teve um enorme êxito.
ResponderEliminar" A poesia não pertence a quem a escreve, mas sim a quem a necessita", não sei se te lembras desta frase, que ficou para a história das coisas simples mas autênticas.
Beijinhos
Não me lembro da frase. É do filme? Mas concordo com ela. Já vi o filme há uns anos e é um dos que gostaria de rever, mas por acaso nunca o encontrei à venda.
ResponderEliminarUm beijinho
boa dica, esse fim de semana será dedicado ao cinema. Lí o livro a uns bons anos, mas nunca assisti o filme. Gostei da idéia.
ResponderEliminarbjs meus
Isabel,
ResponderEliminarVi o filme e li o livro e é tudo o que disseste: delicioso.
Gostei da ligação do filme ao poema, está genial!
Bjs. :)
Amigas
ResponderEliminarse gostaram do livro vão gostar de certeza do filme.Têm oportunidade de o ver? Depois contem...
5 beijinhos e bom cinema, seja ele qual for!
Muito obrigada Ana.
ResponderEliminarUm beijinho grande
Lindo o poema! O filme vi e é inesquecível. tenho presente a imagem das ondas enquanto se ouve a voz dele, Mario...
ResponderEliminarbeijo
Uma bela postagem sobre um filme belíssimo!
ResponderEliminarBom estar aqui!
Grande abraço, Isabel!
Boa noite Maria João
ResponderEliminaro Mario é uma personagem que nos fica no coração.
Também tenho ideia da presença do mar(sempre o mar!).
Um beijinho grande
Helena
ResponderEliminarque bom vê-la aqui.Sigo o seu "isso é coisa de criança" há muito tempo.Deixava comentários como anónima Isabel.
E aos outros blogues também vou espreitando.
Muito obrigada pela sua visita e por ter gostado do post.
Um abraço