segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A osga

Tenho andado para contar a história da osga, já que falei dela...
Há uns anos estive a trabalhar em Alpedrinha, uma vila aqui próxima. Nesse ano tinha apenas alunos do 1º e 2º anos, uma turma pequena.
Não me lembro exactamente o mês, apareceu, um dia à tarde, uma osga no parapeito da última janela da sala.
Penso que foi depois do almoço. Dava sol na janela e ela ali ficou quietinha.
Era grande, gorda, bonita (para uma osga! ).
Os alunos, primeiro fizeram algazarra, mas depois sossegaram e  deixaram a osga em paz, esquecendo-a rapidamente.
Durante vários dias, lá aparecia ela mais ou menos à mesma hora.
Aparecia sem ninguém dar conta e desaparecia da mesma maneira. Sempre havia um bocadinho para a admirar, quando algum aluno descobria que ela tinha chegado.
A D. Adelaide, a empregada da escola é que não achava graça e dizia que quando a apanhasse  a matava.

- D. Adelaide, não se atreva a matar o bichinho que não faz mal a ninguém. Chateio-me com a senhora...
(Lá lhe explicava que não é venenosa).
Mas a D. Adelaide saía da sala pouco convencida.

Depois a osga deixou de aparecer.

-D. Adelaide, matou-a...
Primeiro negou, mas acabou por confirmar o que eu desconfiava.
Fiquei com pena. E um bocadinho zangada com a D. Adelaide. Mas ela na sua teimosia não entendeu que não só não é venenosa, como é útil, porque come muitos insectos.

Há um equilíbrio na natureza que nós acabamos sempre por estragar.

Os alunos sentiram-lhe a falta.
A nossa "amiga" osga não chegou a andar por ali tempo suficiente para lhe arranjarmos um nome.

Tudo por culpa da D. Adelaide!


E como o saber não ocupa lugar, aqui ficam umas informações  acerca deste bichinho simpático:

Nome científico - Tarentola mauritanica
Comprimento - 15 cm
Cabeça-corpo - 8,5 cm
Longevidade - Cerca de 8 anos em cativeiro
Distribuição - Em Portugal está presente em quase todo o território
Estatuto - Espécie não ameaçada

Informações e foto retiradas da net, de Paisagem Protegida  Da Albufeira Do Azibo, Macedo de Cavaleiros
                                                                                 

6 comentários:

  1. Bom Isabel,

    ela é gelada e num hospital ou em certos locais pode trazer doenças de pele. Na verdade, ocupamos o lugar natural dessas criaturas e ela acabam por fazer parte das nossas vidas.
    Confesso...não fico tranquila com uma por perto. Mas esse receio a D Adelaide devia de trazer desde a infancia, isso é triste, quando colocam na nossa cabeça o medo, as vezes levamos por toda a vida.

    5 bjs

    ResponderEliminar
  2. Olá Isabel!

    Confesso que não simpatizo muito com este bicho mas nunca o conseguiria matar.
    Lembro-me de a ter como vizinha numas férias no Algarve. Gostava de a observar mas era pura curiosidade centífica.
    Gostava mais do camaleão que também avistei no mesmo jardim da casa. Era extraordinária a forma como se transmutava.
    Gosto muito dos Pink Floyd, a minha música preferida é "Shine on You Crazy Diamond". Também adoro "Time" e outras mais.
    Beijinhos e obrigada pela visita, já tinha saudades! :))

    ResponderEliminar
  3. Entendo-te perfeitamente.Como sabes, estou de amores com uma lagartixa.Vive num pátio que está ao lado da cozinha, onde só entro de manhã para varrê-lo e regar uma espécie de parra que aí tenho. (É o meu marido que tende a roupa).
    Há já bastante tempo que sempre aparece,sabe perfeitamente que eu nunca a atacaria, às vezes sai debaixo do vaso enorme, outras da frincha do chão.Ontem atreveu-se a saltar para cima do meu pé descalço, e eu quis morrer, mas aguentei o tipo para não assustá-la. Acho que notou algo, esperava de certeza outra acolhida, e saiu disparada.Hoje não apareceu, se calhar está desenganada comigo,já veremos, eu sinto muito, mas tenho verdadeira fobia por tocar animais moles...
    Um beijinho

    ResponderEliminar
  4. Amigas
    realmente cada coisa (animal) no seu lugar.
    Contei isto meio de brincadeira, mas a verdade é que o animal não só não incomodava, como também ia comendo os insectos. Além disso os alunos habituaram-se e portanto respeitavam um ser vivo e não lhe faziam mal. Isso é importante.
    Em minha casa também não quereria nenhuma. Mas não a mataria de certeza.
    5 beijinhos e obrigada por lerem

    ResponderEliminar
  5. Olá Ana
    estou habituada a ver as osgas desde sempre, no quintal da casa onde vivia. Não me fazem impressão, mas nunca mexi em nenhuma.
    O camaleão também é um animal interessante, com essa "mania" de mudar de cor...

    Vou ver essa canção de que falas. Não sei qual é. Nunca sei os nomes.
    Ontem estava aqui quando reparei que tinhas colocado um post e fui ver, claro. Espero que tenhas aproveitado bem as férias.
    Um beijinho grande

    ResponderEliminar
  6. Maria
    já me ri com a tua forma engraçada de contares esse "encontro" com a lagartixa. Foi a conversa do outro dia que me levou a contar este episódio.Normalmente não me incomoda olhar de longe, mas também não gosto de mexer nessa bicharada. Mas também raramente mato algum bicho. Enxoto-os sempre.
    Até já uma tarântula vi ao pé e não me fez impressão.
    Um que me arrepia e odeio, é a barata.
    Enfim, cada um que fique no seu lugar, para não nos incomodarmos uns aos outros!
    Beijinhos (e hás-de contar se a lagartixa, desenganada, se foi de vez...)

    ResponderEliminar